09/09/2011
Pedro Guimarães Pimentel
Formando em História – UERJ
Este é um momento único. De mudança de status social. Muitos daqui passarão de estudantes a desempregados. Outros já eram trabalhadores, aliaram-se aos estudos e nunca mais o abandonarão, mesmo que numa nova profissão. Somos formados educadores, mas poucos realmente seremos. Seja porque desistiremos no meio do caminho, seja porque não há emprego para todo mundo; ou ainda porque escolheram a História como caminho para um concurso público. Não há demérito nenhum nisso tudo. Mas e aí? E tudo que aprendemos? Será útil, aplicado? Será mesmo que aprendemos algo que seja útil, que possa ser aplicado? Esta reflexão que ora proponho para todos nós, vocês aí sentados na platéia, meus colegas formandos, professores da casa - recém-classificados como nossos colegas de profissão - deveria ter sido feita ao longo de toda a faculdade, ao longo de todo processo de escolarização.
Garanto, não foi feita a contento. Não, de maneira nenhuma. Por mais sobre-humano e meteórico que tenha sido o esforço de cada mestre que ao nosso lado senta e aqueles que não vieram. A culpa não foi de vocês (pelo menos não de todos!). Se tivesse sido feita, não estaríamos aqui nesta noite, nesses trajes. Não estaríamos recebendo nosso anel de doutor, vestindo beca, tirando fotos no Theatro Municipal, fotos sentadas em tronos de madeira nobre, enfileirados com sorriso preso, e outros tantos descompassos. Demorei, mas descobri o nome: jabour. Este babador que está em nossos peitos serve ao máximo para aparar nossas caras de tacho boquiabertas com o mundo lá fora, porque com o daqui de dentro já nem mais nos assustamos.
Nossa formação enquanto historiadores é tão ruim, mas tão ruim, que não demos conta nem de historicizar a prática social que é a nossa própria formatura. E aqui a reproduzimos, exatamente como se fôssemos bacharéis de anel de ouro. Cada pai e cada mãe sentados aí meu ouvindo criaram expectativas e acreditaram que seus filhos e filhas seriam alguém depois de formados. E aí, o que seremos? Fiquem tranquilos que não irei falar da História da Educação Brasileira, em especial de nossas Universidades, mas irei perguntar para cada um que está sentado: “E aí, o que você vai ensinar para o teu aluno?” E não me refiro somente aos conteúdos de História, mas aos da estrutura da nossa sociedade. O que vamos dizer? O que vamos compartilhar com o sem número de crianças, jovens, adultos e mesmo idosos com quem nos depararemos ao longo de nossa carreira (se não desistirmos antes, ficarmos malucos ou depressivos)? Vamos ajudá-los a construir um pensamento crítico e questionador de nossa sociedade, ou apenas encaminhá-los para que se adaptem a ela?
Os dias de hoje, mais exageradamente do que os de ontem, são mestres e doutores em produzir sonhos. E com a mesma força e destreza os desmancham, igualando com cores fúnebres expectativa e decepção. A Universidade, tal como a temos e a reproduzimos, produz, em nível superior, todas as esperanças depositadas na formação profissional e logo em seguida, para uma porcentagem elevada de seus egressos, devolve a dureza do dia-a-dia. O gênio brasileiro Darcy Ribeiro ao referir-se sobre os estudantes universitários, dizia: "eles bem sabem que, quando diplomados, também serão aquietados pelo poder disciplinador do trabalho e da fadiga; dissuadidos de seus próprios ideais pelas responsabilidades de família e pelos deveres de compostura profissional; e degradados pela ferocidade da competição econômica em que terão de mergulhar e pela qual serão, afinal, convertidos em tranquilos guardiães da ordem."
Também não é possível que, ao final de nosso curso, tenhamos a convicção de que por sermos professores transformaremos o mundo. Não é a profissão que nos torna veículo da mudança social. O piano que querem colocar nas nossas costas jamais o suportaremos; não temos forças para carregá-lo sozinho... Na verdade, muito do que responsabiliza o professor pelo futuro do Brasil é intencionalmente divulgado para que fiquemos loucos com o nosso fracasso, envelheçamos cedo, ou nos tornemos conservadores na primeira possibilidade de dizer: "não vai dar em nada mesmo!"
Esquecem-se de nos contar (e ao resto da sociedade) que o professor e o aluno são a ponta do iceberg de um sistema autofágico e que nossa posição contra-hegemônica (quando houver uma) se advém, antes de mais nada, pela manutenção do "direito de sonhar", como diria Galeano.
Seria bonito né?! se eu estivesse aqui rememorando cada aula, dando aquele incentivo para as nossas profissões ou agradecendo aos céus pela oportunidade de ter cursado a Universidade. Nada disso, nada disso.
Cada um de vocês, companheiros de História, sabem como vieram parar aqui, as dificuldades que tiveram de enfrentar para chegar até o fim, bem como tem a certeza do que farão depois de hoje. A glorificação da vitória individual, do talento, do esforço ou do mérito, em nossa sociedade, só serve para ratificar que a maioria esmagadora (e esmagada) ficou de fora dessas paredes (e de fora de muitas outras paredes imprescindíveis para a própria sobrevivência). Se isto fosse um réquiem, dedicaria um minuto de silêncio, mas como é um desabafo - em tom panfletário - sugiro uma vida inteira de luta. Contextualizando Florestan Fernandes: "Ou os professores (e historiadores) se identificam com o destino do seu povo, com ele sofrendo a mesma luta, ou se dissociam do seu povo, e nesse caso, serão aliados daqueles que exploram o povo".
A Defensora
Blog da Sociedade Defensora do Poder às Entidades de Base
terça-feira, 13 de setembro de 2011
quinta-feira, 9 de junho de 2011
CONSÓRCIO: FERIMENTO À AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA?
André Luan Nunes Macedo
Nenhuma política pública pensa somente no agora. A formulação normativo-estatal busca dar respostas aos futuros problemas, expandidos num horizonte de expectativa conjuntural. O “amanhã” do Estado tem uma duração longa, maior do que simples problemas pontuais. Uma universidade, nesse sentido, quando passa por esse processo de normatização, como a consolidação de um projeto como o Consórcio das sete Universidades do sul/sudeste de Minas pensa em, no mínimo, dez anos de desenvolvimento institucional sob a aplicação de determinado projeto .
O discurso daqueles dispostos a aprovarem o Consórcio caminha, curiosamente, num sentido contrário ao que se sabe sobre a normatização do Estado. A imagem que se passa é de uma fluidez quanto a consolidação desta norma, incondizente com a formulação de um projeto que possui suas raízes de pensamento no Ministério da Educação. Assim tem sido a caminhada para a aprovação desta possível “parceria”. Dizem que se trata apenas de uma “interação” entre as instituições; que a “autonomia universitária” está garantida, pois nossa instituição pode entrar e sair a qualquer momento do Consórcio; chegou-se ao ponto de analisar positivamente o Consórcio com um olhar estritamente tecnocrático da universidade pública, pois poderíamos com ele realizar uma “compra mais eficiente de papéis” se todas as sete universidades atuassem em conjunto.
Para estabelecer uma crítica à possível parceria que será construída, nosso prisma metodológico precisa se esquivar do pontualismo e da visão restrita. É necessário entender sua inserção na sociedade, para precisar sua função perante o estado de Minas Gerais e a nação.
Diante dos conflitos gerados em torno desta “parceria” existe uma necessidade enorme nos documentos em autorreferenciar a “autonomia universitária”, sem sequer explicar o seu significado na visão dos sete reitores. “ ‘Parceria’ é o termo utilizado para que nós da comunidade acadêmica não confundamos tal projeto com a idéia de ‘fusão’”, dizem os idealizadores do projeto. No entanto, a essência positiva deste Consórcio está em unir sete Universidades, visando a busca de captação mais competitiva dos recursos públicos, além de uni-las para trabalhar em conjunto na consolidação de projetos de pesquisa, de unificação dos processos seletivos e de proteção de patentes tecnológicas futuramente conquistadas a partir desta união.
Ou seja, há uma contradição entre uma suposta interação e o que realmente pretende o Consórcio – uma reprodução unificada de ações destas sete universidades por meio de uma superestrutura composta por sete reitores e membros de suas respectivas equipes de trabalhos (pró-reitorias). Até que ponto a criação de uma superestrutura destes reitores não interfere nas discussões dos conselhos superiores? Qual é o objetivo do MEC quando consente um projeto que tem essa estrutura? Do ponto de vista da “pedagogia política” assumida na relação entre as universidades, a representação que tomaria determinadas decisões não atrofiaria ainda mais os Conselhos Superiores? Quão facilitador seria dialogar diretamente com os reitores para o Ministério, sem que os debates tivessem que chegar primeiramente aos Conselhos Superiores e, posteriormente, à comunidade acadêmica?
Como já havíamos colocado em outros trabalhos , a universidade precisa passar por um processo de intensa reforma política - necessária para garantir sua autonomia intelectual e consolidar-se em sua plenitude - respeitando seus órgãos deliberativos - como uma comunidade acadêmica. Para ela sair do seu status de fomentadora do subdesenvolvimento e de colonizadora intelectual da nação, é necessário dar a ela sua extrema potencialidade e liberdade de formulação do conhecimento. Com o atual Consórcio, essa reforma em nossa instituição, especificamente, fica cada dia mais longe. A reprodução de ações individualizadas, sem um pretexto de discussões inseridas na comunidade acadêmica, ainda dão aos reitores instrumentos, conforme sua vontade, para fomentar os espaços de discussão pública destas instituições. Ou seja, democracia torna-se apenas uma “boa vontade” daqueles que foram “eleitos” nas universidades...
Os problemas da visão colonizada da representação repercutem também no que se entende academicamente como Universidade. Uma das principais propostas do Plano de Desenvolvimento Institucional está ligada ao fortalecimento das sete instituições com relação ao patenteamento de pesquisas e de sua tecnologia. Para aqueles que compreendem o conhecimento na sua dimensão real da sociedade, como um processo epistemológico, que em sua essência se baseia no acúmulo de idéias e na coletividade, vê o patenteamento como uma lógica perversa, fomentado pelos obscuros e repugnantes interesses privados individualizantes da Ciência, tratando-a como troca de valor para o grande capital regional privado de Minas Gerais e de outros lugares do país.
Por que desejaríamos criar uma patente mercadológica com pesquisas que necessitam da sua imediata dispersão na sociedade, ao invés de se submeter aos interesses do “empreendedorismo” das corporações que contribuem para o entreguismo dos recursos naturais de nossa região (como o minério, por exemplo) e que estão nas mãos do capital estrangeiro? Qual é o preço que pagamos por “fortalecer o desenvolvimento econômico e social” do Brasil, partindo como pressuposto de que o “que está dado” pelas políticas públicas e o atual governo é a única via para a construção do progresso nacional? Será por meio de “patentes” que conseguiremos sair das barreiras do subdesenvolvimento e do neocolonialismo?
O fortalecimento do “desenvolvimento econômico” na acepção filosófica do Consórcio não é um exemplo que busca fazer da universidade um instrumento de rompimento com as estruturas desiguais existentes em nossa pátria. O modelo de desenvolvimento econômico precisa ser intensamente questionado pelas universidades, sendo ela o aparato intelectual do Estado capaz de produzir intelectuais dispostos a pensarem o Brasil e o mundo sem imposições burocráticas da politicagem vivida no atual cenário, no qual nossas instituições são confundidas com currais eleitorais e trampolins políticos. Basta ver o que nosso reitor tem feito na UFSJ e tudo que acabamos de acusar se confirma, como o já famoso “caso São Dimas”, por exemplo.
O Consórcio é mais uma fachada para que trabalhemos num sentido contrário a autonomia universitária, com sua ilusória proposta de mobilidade acadêmica. Com o ReUni, as universidades federais da região passaram por um estrondoso processo de expansão. A UFSJ, salvo engano, trabalha com o maior projeto de expansão do país, além de ter que dirigir outros três campi avançados, referentes ao projeto Expandir. Nossa instituição, apesar da expansão e dos impressionantes números, talvez seja, entre as sete universidades, aquela que menos tem estrutura para que nós estudantes permaneçamos na instituição. Contaremos com um Restaurante Universitário e um alojamento que terá somente 200 vagas. Diante desse lamentável quadro, é prioridade para a universidade que recursos públicos sejam gastos com estudantes que virão de outras instituições com uma “bolsa mobilidade”, sem terem as menores condições de permanência, haja visto o “boom”no preço dos aluguéis e a falta de restaurantes mais baratos? Por que quer o MEC aprovar um projeto deste porte, ao invés de investir no que já existe, como o programa de mobilidade estudantil da ANDIFES e auxiliar na consolidação da Reforma Universitária?
Dentro do contexto de mobilidade estudantil, o Consórcio prevê uma uniformização curricular dos cursos, para que os créditos dos estudantes das sete universidades possam ter validade em qualquer instituição. A grande pergunta é: quem irá se dispor a abrir mão dos debates acadêmicos existentes em cada ramo científico para criar uma isonomia de uma parceria imposta? E as atuais parcerias que muitos professores já conseguem fazer sem imposição alguma, tanto com as instituições que fazem parte do Consórcio, quanto outras IFES espalhadas por todo o país? Qual é a demanda real dessa interação? Com essas propostas “pontuais”, “simples” e “interacionistas” que coincidentemente (ou não) foi aprovado em 1999 na Europa o Plano Bolonha – projeto de fusão entre as universidades da União Européia e que nos renderia outro texto para falar somente deste ponto. Fica no ar a indagação...
Quanto vale tanto ferimento à autonomia universitária? Até quando continuaremos aceitando a imposição de burocratas na consolidação do fazer-se acadêmico em nossa instituição? Quanto tempo agüentaremos tantas verticalizações e autoritarismos? Disso não sabemos, só o tempo poderá nos dizer...
Nenhuma política pública pensa somente no agora. A formulação normativo-estatal busca dar respostas aos futuros problemas, expandidos num horizonte de expectativa conjuntural. O “amanhã” do Estado tem uma duração longa, maior do que simples problemas pontuais. Uma universidade, nesse sentido, quando passa por esse processo de normatização, como a consolidação de um projeto como o Consórcio das sete Universidades do sul/sudeste de Minas pensa em, no mínimo, dez anos de desenvolvimento institucional sob a aplicação de determinado projeto .
O discurso daqueles dispostos a aprovarem o Consórcio caminha, curiosamente, num sentido contrário ao que se sabe sobre a normatização do Estado. A imagem que se passa é de uma fluidez quanto a consolidação desta norma, incondizente com a formulação de um projeto que possui suas raízes de pensamento no Ministério da Educação. Assim tem sido a caminhada para a aprovação desta possível “parceria”. Dizem que se trata apenas de uma “interação” entre as instituições; que a “autonomia universitária” está garantida, pois nossa instituição pode entrar e sair a qualquer momento do Consórcio; chegou-se ao ponto de analisar positivamente o Consórcio com um olhar estritamente tecnocrático da universidade pública, pois poderíamos com ele realizar uma “compra mais eficiente de papéis” se todas as sete universidades atuassem em conjunto.
Para estabelecer uma crítica à possível parceria que será construída, nosso prisma metodológico precisa se esquivar do pontualismo e da visão restrita. É necessário entender sua inserção na sociedade, para precisar sua função perante o estado de Minas Gerais e a nação.
Diante dos conflitos gerados em torno desta “parceria” existe uma necessidade enorme nos documentos em autorreferenciar a “autonomia universitária”, sem sequer explicar o seu significado na visão dos sete reitores. “ ‘Parceria’ é o termo utilizado para que nós da comunidade acadêmica não confundamos tal projeto com a idéia de ‘fusão’”, dizem os idealizadores do projeto. No entanto, a essência positiva deste Consórcio está em unir sete Universidades, visando a busca de captação mais competitiva dos recursos públicos, além de uni-las para trabalhar em conjunto na consolidação de projetos de pesquisa, de unificação dos processos seletivos e de proteção de patentes tecnológicas futuramente conquistadas a partir desta união.
Ou seja, há uma contradição entre uma suposta interação e o que realmente pretende o Consórcio – uma reprodução unificada de ações destas sete universidades por meio de uma superestrutura composta por sete reitores e membros de suas respectivas equipes de trabalhos (pró-reitorias). Até que ponto a criação de uma superestrutura destes reitores não interfere nas discussões dos conselhos superiores? Qual é o objetivo do MEC quando consente um projeto que tem essa estrutura? Do ponto de vista da “pedagogia política” assumida na relação entre as universidades, a representação que tomaria determinadas decisões não atrofiaria ainda mais os Conselhos Superiores? Quão facilitador seria dialogar diretamente com os reitores para o Ministério, sem que os debates tivessem que chegar primeiramente aos Conselhos Superiores e, posteriormente, à comunidade acadêmica?
Como já havíamos colocado em outros trabalhos , a universidade precisa passar por um processo de intensa reforma política - necessária para garantir sua autonomia intelectual e consolidar-se em sua plenitude - respeitando seus órgãos deliberativos - como uma comunidade acadêmica. Para ela sair do seu status de fomentadora do subdesenvolvimento e de colonizadora intelectual da nação, é necessário dar a ela sua extrema potencialidade e liberdade de formulação do conhecimento. Com o atual Consórcio, essa reforma em nossa instituição, especificamente, fica cada dia mais longe. A reprodução de ações individualizadas, sem um pretexto de discussões inseridas na comunidade acadêmica, ainda dão aos reitores instrumentos, conforme sua vontade, para fomentar os espaços de discussão pública destas instituições. Ou seja, democracia torna-se apenas uma “boa vontade” daqueles que foram “eleitos” nas universidades...
Os problemas da visão colonizada da representação repercutem também no que se entende academicamente como Universidade. Uma das principais propostas do Plano de Desenvolvimento Institucional está ligada ao fortalecimento das sete instituições com relação ao patenteamento de pesquisas e de sua tecnologia. Para aqueles que compreendem o conhecimento na sua dimensão real da sociedade, como um processo epistemológico, que em sua essência se baseia no acúmulo de idéias e na coletividade, vê o patenteamento como uma lógica perversa, fomentado pelos obscuros e repugnantes interesses privados individualizantes da Ciência, tratando-a como troca de valor para o grande capital regional privado de Minas Gerais e de outros lugares do país.
Por que desejaríamos criar uma patente mercadológica com pesquisas que necessitam da sua imediata dispersão na sociedade, ao invés de se submeter aos interesses do “empreendedorismo” das corporações que contribuem para o entreguismo dos recursos naturais de nossa região (como o minério, por exemplo) e que estão nas mãos do capital estrangeiro? Qual é o preço que pagamos por “fortalecer o desenvolvimento econômico e social” do Brasil, partindo como pressuposto de que o “que está dado” pelas políticas públicas e o atual governo é a única via para a construção do progresso nacional? Será por meio de “patentes” que conseguiremos sair das barreiras do subdesenvolvimento e do neocolonialismo?
O fortalecimento do “desenvolvimento econômico” na acepção filosófica do Consórcio não é um exemplo que busca fazer da universidade um instrumento de rompimento com as estruturas desiguais existentes em nossa pátria. O modelo de desenvolvimento econômico precisa ser intensamente questionado pelas universidades, sendo ela o aparato intelectual do Estado capaz de produzir intelectuais dispostos a pensarem o Brasil e o mundo sem imposições burocráticas da politicagem vivida no atual cenário, no qual nossas instituições são confundidas com currais eleitorais e trampolins políticos. Basta ver o que nosso reitor tem feito na UFSJ e tudo que acabamos de acusar se confirma, como o já famoso “caso São Dimas”, por exemplo.
O Consórcio é mais uma fachada para que trabalhemos num sentido contrário a autonomia universitária, com sua ilusória proposta de mobilidade acadêmica. Com o ReUni, as universidades federais da região passaram por um estrondoso processo de expansão. A UFSJ, salvo engano, trabalha com o maior projeto de expansão do país, além de ter que dirigir outros três campi avançados, referentes ao projeto Expandir. Nossa instituição, apesar da expansão e dos impressionantes números, talvez seja, entre as sete universidades, aquela que menos tem estrutura para que nós estudantes permaneçamos na instituição. Contaremos com um Restaurante Universitário e um alojamento que terá somente 200 vagas. Diante desse lamentável quadro, é prioridade para a universidade que recursos públicos sejam gastos com estudantes que virão de outras instituições com uma “bolsa mobilidade”, sem terem as menores condições de permanência, haja visto o “boom”no preço dos aluguéis e a falta de restaurantes mais baratos? Por que quer o MEC aprovar um projeto deste porte, ao invés de investir no que já existe, como o programa de mobilidade estudantil da ANDIFES e auxiliar na consolidação da Reforma Universitária?
Dentro do contexto de mobilidade estudantil, o Consórcio prevê uma uniformização curricular dos cursos, para que os créditos dos estudantes das sete universidades possam ter validade em qualquer instituição. A grande pergunta é: quem irá se dispor a abrir mão dos debates acadêmicos existentes em cada ramo científico para criar uma isonomia de uma parceria imposta? E as atuais parcerias que muitos professores já conseguem fazer sem imposição alguma, tanto com as instituições que fazem parte do Consórcio, quanto outras IFES espalhadas por todo o país? Qual é a demanda real dessa interação? Com essas propostas “pontuais”, “simples” e “interacionistas” que coincidentemente (ou não) foi aprovado em 1999 na Europa o Plano Bolonha – projeto de fusão entre as universidades da União Européia e que nos renderia outro texto para falar somente deste ponto. Fica no ar a indagação...
Quanto vale tanto ferimento à autonomia universitária? Até quando continuaremos aceitando a imposição de burocratas na consolidação do fazer-se acadêmico em nossa instituição? Quanto tempo agüentaremos tantas verticalizações e autoritarismos? Disso não sabemos, só o tempo poderá nos dizer...
terça-feira, 31 de maio de 2011
REUNIÃO QUARTA FEIRA DA DEFENSORA!
Nos encontraremos amanhã, às 18h no campus dom bosco para discutirmos nossas próximas ações!
Grande abraço a todos!
Grande abraço a todos!
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Verbete Democracia, Vertente D. Participativa
Uma das vertentes que constituem o verbete Democracia
A Democracia Participativa
Dizem que a palavra Democracia tem origem no pensador grego Demócrito, um pré-socrático discípulo de Leucipo. Eles foram os primeiros a falar do atomismo. Atomismo é "a constituição das coisas por infinitas pedrinhas indivisíveis". A Democracia, no sentido "organização social", é o conjunto de indivíduos que participam da constituição do Todo. Indivíduo/Indivisível é portanto a sua representação pessoal submersa a todos os outros, e cada um ajudando e constituindo, pois afinal nessa teoria, Idealmente falando, não se pode ser uma célula nula, mas uma célula ativa e atuante no tecido social e na discussão em torno das leis que regem a sua sociedade.
No entanto, nem todos se interessam em participar de tais questões políticas. Fazer política é participar dessas discussões em torno das convenções sociais(ou de um grupo num lugar determinado, como aqui na UFSJ), e mesmo que seja o dever de cada um atuar e movimentar, é claro que a área de muitos são outras e portanto não tem que ser obrigatório participar das discussões da polis, embora seja interessante acompanhar, ou nem isso.
O problema de eleger representantes é que se cria patamares na pirâmide de importância social. E quando se tem níveis verticais de importância de um indivíduo, como é a obsoleta (operacionalmente falando) democracia representativa brasileira, você dá a liberdade para algum indivíduo (que às vezes torna-se político corrupto e de interesses pessoais) atuar no patamar de cima sem ligar a mínima para as suas necessidades e reivindicações. Eleger políticos no Brasil também é o risco de dar o poder para certos políticos que não tem o mínimo conhecimento de leis, necessidades básicas e qualquer outro tipo de problema social a se resolver. Alguns políticos, morando em casas longe dos problemas sociais, nem são cientes do que se deve melhorar.
Por isso que é importante haver um órgão político na universidade, de pessoas que exerçam o poder político nivelado horizontalmente e que cada um tenha a sua importância fundamental, se assim o quiser exercer. Afinal, há a liberdade de exercer ou não. E mesmo que 95% não exerça tal função (pois pelo contrário a CEB deveria ser no pátio do campus), é mais justo e democrático que esses 5% sejam partículas ativas do que eleger 12 ou 15 pessoas ou sei lá quantos pouquíssimos vetores para agir no topo da pirâmide.
Afinal, entidades de base é um modo de manter o Estado extendido operacionalmente a todos os lugares, até aos longínquos. A necessidade de participação em Assembléias e Conselhos de Entidades de Base deverá se tornar uma cultura, e a sociedade ficará menos hierarquizada, sem no entanto haver corrompimento da organização necessária do Estado. O que estará em jogo é a mobilidade que cada um tem de ter para fazer pela sociedade, que trata do modo de organização de indivíduos, que compreendem uma Ecopolítica que engloba as necessidades de se discutir onde e como agir coletivamente.
Sejam críticos e construam pontos de vista sobre o texto de maneira que concordem e discordem sobre diversos aspectos, pois só pelo conhecimento coletivo é que um saber será democrático.
Afinal, entidades de base é um modo de manter o Estado extendido operacionalmente a todos os lugares, até aos longínquos. A necessidade de participação em Assembléias e Conselhos de Entidades de Base deverá se tornar uma cultura, e a sociedade ficará menos hierarquizada, sem no entanto haver corrompimento da organização necessária do Estado. O que estará em jogo é a mobilidade que cada um tem de ter para fazer pela sociedade, que trata do modo de organização de indivíduos, que compreendem uma Ecopolítica que engloba as necessidades de se discutir onde e como agir coletivamente.
Sejam críticos e construam pontos de vista sobre o texto de maneira que concordem e discordem sobre diversos aspectos, pois só pelo conhecimento coletivo é que um saber será democrático.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
196 a 6 foi o placar em Ouro Branco contra as eleições diretas
Com isso, o Diretório Central dos Estudantes dirigido pelas entidades de base já somou mais de 500 votos, contra 19 das eleições diretas ! Dá para notar que a "democracia liberal" está desmoralizada, ao menos entre os universitários da UFSJ.
sábado, 7 de maio de 2011
A Ecopolítica e o Pensamento Complexo !
"Através da dialética a Consciência tende ao infinito!" - Por Thiago Zoroastro, 07 de Maio de 2011. 17:56
O Físico austríaco Fritjof Capra com o livro "Construindo o Brasil de Baixo para Cima", de Marcello Guimarães.
Muito bem, o que é que está surgindo de novo? Com o ressurgimento do pensamento complexo desde os anos 60, a necessidade do mundo renovar seu modo de sociedade e toda a tralha que vocês já sabem, vêm junto alguns novos conceitos que surgiram recentemente. Como sistematizar todo esse processo é muito mais trabalhado que informar, então enquanto vou pesquisando e pensando, eu vou informando para vocês mesmos começarem a se relacionar com essas ideias, discutir sobre elas informalmente, e obterem posições acerca dessa transformação. Afinal, como eu sou limitado e não vou dar conta de tudo sozinho, vou disseminando essas sementes para vocês mesmos plantarem. Posições contrárias serão bem-vindas a essas teorias que surgem porque assim trabalharemos as concepções de ambos os lados, reforçando e dando vazão as ideias de ambos os lados elaborarem e se fundamentarem.
Como eu falo muito rápido desde que falo, também vou continuar preferindo fazer esses discursos aqui nessa lista, embora seja livre a discussão entre cada um de vocês e eu esteja apto a dialogar filosofia com quem eu procurar e ser procurado para conscientizar e me conscientizar também de posições contrárias a mim. Isso é Democracia, Carlos Bem. Como disse Fichte, o primeiro dos idealistas alemães, "No Eu Absoluto, ao eu divisível pôsto existe sempre um não-eu divisível o-pôsto", fundamentando a existência do ser e do não-ser como presentes no Ser Absoluto. (A propósito, leiam sobre a divergência filosófica entre Heráclito e Parmênides; fazendo uma síntese deles você compreende a Dinâmica da Natureza preservando sua Identidade Ontológica.) Fichte foi um kantiano que inaugurou o idealismo alemão, falando de uma espécie de saber do saber, dizendo que isto levaria a uma espécie de socialismo, uma vez que em sua época não havia o conceito de sociedade que surge apenas com os sociólogos, no século seguinte. Os autores que se preocuparam com as questões do "Bem Comum Coletivo" desde o Renascimento do séc. XV eram chamados de "utópicos", posteriormente de "socialistas utópicos". No Iluminismo, sob a tríade "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", surgiram cada vez mais pensadores que foram entendendo a necessidade de compilar o conhecimento acumulado em enciclopédias e trabalhando essas questões emergentes do renascimento. Tendo surgido Fichte e em seguida Schelling com sua filosofia-da-natureza e Hegel com o espírito absoluto, então surge a teoria da Dialética que é composta por Tese, Antitese e Síntese. Aqui, discutindo a unidade da consciência, esses pensadores estavam cogitando como haveria essa elevação de consciência, que é dada através do diálogo entre posições divergentes. Então surge a esquerda hegeliana, e Schelling contrapõe-se a essa esquerda, fazendo com que a esquerda hegeliano fortalecesse mais ainda. Eis que surge entre esses da esquerda hegeliana Karl Marx.
Diante desse diálogo acerca da Identidade da Consciência, você só conhecerá melhor a si mesmo dialogando com os outros, e inclusive ouvindo críticas dos outros. Bem que havia na Grécia Antiga um filósofo careca-cabeçudo que passava os dias na ágora (praça) discutindo filosofia e que ficou conhecido pela célebre frase "CONHECE-TE A TI MESMO" por causa de suas intermináveis discussões. Sócrates incomodou os carrancudos poderosos que trataram de fazer acusações que o levaram a tomar o veneno da cicuta na cadeia. Mais uma vez os poderosos, questionados, trataram de eliminar o inimigo. O final do livro Fédon, de Platão, é: "Tal foi o fim do nosso amigo, Equécrates, do homem, podemos afirmá-lo, que entre todos os que nos foi dado conhecer, era o melhor e também o mais sábio e mais justo." E assim foi o fim de Sócrates, por questionar tais autoridades e que fez Críton pagar um galo a Asclépio (um ritual de honra ao deus da saúde e curas grego, realizado por agradecimento a uma vida saudável. O GALO era o símbolo do raiar do sol, o astro regido por Apolo, o deus da Razão).
Agora, se você quiser perder tempo a discutir filosofia você terá retornos de Sabedoria, muito o contrário de discursos orgulhosos. Numa discussão, questionado ou não, você Conhecerá Melhor a Si Mesmo. As questões acerca de todas as coisas giram em torno de compreensões comuns, que aplicada à transformações sociais poderá ter implicações muito produtivas! Fazer reuniões semanais discutindo os problemas da universidade são mais eficientes porque dão espaço para que essas discussões entre participantes voluntários exerçam a troca de ideias e a construção de ações coletivas para o Bem Comum. E com esse movimento da contracultura, agitado pelo atitude "Faça-Você-Mesmo" em que incentiva às pessoas a fazerem elas mesmas o que às vezes deixam para outros fazerem no lugar delas. É o símbolo da Atitude, do despertar da consciência!
Tendo em vista então esses ECOS MENTAIS que tais discussões filosóficas proporcionam em nossas almas, ponho o primeiro trecho:
Esse Fritjof Capra lançou alguns bons livros que recomendo: Tao da Física, Ponto de Mutação e Teia da Vida
E ficar ligado no Alberto Guerreiro Ramos, que não conhecia até HOJE, quando pesquisei sobre o Capra e achei isso daí. Achei hoje isso daí e disse na semana passada nas Assembléias Estudantis que a Democracia Participativa faz parte desse novo modelo que surge a partir do Paradigma Emergente.
O Paradigma Emergente:
- O que o Paradigma Emergente tem a ver com a ecologia política? Apenas citações:
1) Entrevista da revista Caros Amigos com Fritjof Capra em 2004: Minha abordagem é pela educação. Nós precisamos disseminar o conhecimento básico de ecologia sobre o que é sustentabilidade e como desenvolver esta sustentabilidade. A história da evolução mostra que a nossa biosfera tem sustentado a vida por 2 bilhões de anos. Mas as nossas organizações “civilizadas” estão destruindo tudo. Precisamos mudar isto. Precisamos aprender com a natureza. Observá-la. Podemos identificar nela os princípios da ecologia: o dejeto de uma espécie pode ser o alimento de outra. É o ciclo ecológico. E a energia vem do sol. E querem deixar o Brasil de lado na evolução da consciência ecológica? O Brasil desempenha hoje um papel fundamental no mundo. Talvez, não reconhecido. Mas dos três grandes centros de poder - governos, empresas e sociedade civil - a sociedade civil reconhece este papel fundamental do Brasil.
2) CAPRA, FRitjof. A Teia da Vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos, de 1996, retoma a visão de interligação ecológica de todos os eventos que ocorrem na Terra e da qual fazemos parte, de forma fundamental. O livro foi traduzido para sete idiomas.
"O novo paradigma que emerge atualmente pode ser descrito de várias maneiras. Pode-se chamá-lo de uma visão de mundo holística, que enfatiza mais o todo que as suas partes. Mas negligenciar as partes em favor do todo também é uma visão reducionista e, por isso mesmo, limitada. Pode-se também chamá-lo de visão de mundo ecológica, e este é o termo que eu prefiro. Uso aqui a expressão ecologia num sentido muito mais amplo e profundo do que aquele em que é usualmente empregado. A consciência ecológica, nesse sentido profundo, reconhecer a interdependência fundamental de todos os fenômenos e o perfeito entrosamento dos indivíduos e das sociedades nos processos cíclicos da natureza. Essa percepção profundamente ecológica está agora emergindo em várias áreas de nossa sociedade, tanto dentro como fora da ciência."
3) Não é do Capra rsrs.
De acordo com James Barber, professor do Imperial College London, Reino Unido, a melhor solução para os problemas globais de produção de energia já foi desenvolvida, é muito eficiente e vem sendo utilizada há mais de 2 bilhões de anos. Ele estava falando da fotossíntese, processo natural das plantas.
“Imitar a natureza e desenvolver catalisadores capazes de mimetizar a fotossíntese – propiciando uma fonte de energia limpa e praticamente ilimitada – não é um sonho. É uma possibilidade real, contanto que seja feito um esforço internacional multidisciplinar que reúna os cientistas mais talentosos do planeta”, disse o pesquisador em entrevista à Agência Fapesp.
O Físico austríaco Fritjof Capra com o livro "Construindo o Brasil de Baixo para Cima", de Marcello Guimarães.
Muito bem, o que é que está surgindo de novo? Com o ressurgimento do pensamento complexo desde os anos 60, a necessidade do mundo renovar seu modo de sociedade e toda a tralha que vocês já sabem, vêm junto alguns novos conceitos que surgiram recentemente. Como sistematizar todo esse processo é muito mais trabalhado que informar, então enquanto vou pesquisando e pensando, eu vou informando para vocês mesmos começarem a se relacionar com essas ideias, discutir sobre elas informalmente, e obterem posições acerca dessa transformação. Afinal, como eu sou limitado e não vou dar conta de tudo sozinho, vou disseminando essas sementes para vocês mesmos plantarem. Posições contrárias serão bem-vindas a essas teorias que surgem porque assim trabalharemos as concepções de ambos os lados, reforçando e dando vazão as ideias de ambos os lados elaborarem e se fundamentarem.
Como eu falo muito rápido desde que falo, também vou continuar preferindo fazer esses discursos aqui nessa lista, embora seja livre a discussão entre cada um de vocês e eu esteja apto a dialogar filosofia com quem eu procurar e ser procurado para conscientizar e me conscientizar também de posições contrárias a mim. Isso é Democracia, Carlos Bem. Como disse Fichte, o primeiro dos idealistas alemães, "No Eu Absoluto, ao eu divisível pôsto existe sempre um não-eu divisível o-pôsto", fundamentando a existência do ser e do não-ser como presentes no Ser Absoluto. (A propósito, leiam sobre a divergência filosófica entre Heráclito e Parmênides; fazendo uma síntese deles você compreende a Dinâmica da Natureza preservando sua Identidade Ontológica.) Fichte foi um kantiano que inaugurou o idealismo alemão, falando de uma espécie de saber do saber, dizendo que isto levaria a uma espécie de socialismo, uma vez que em sua época não havia o conceito de sociedade que surge apenas com os sociólogos, no século seguinte. Os autores que se preocuparam com as questões do "Bem Comum Coletivo" desde o Renascimento do séc. XV eram chamados de "utópicos", posteriormente de "socialistas utópicos". No Iluminismo, sob a tríade "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", surgiram cada vez mais pensadores que foram entendendo a necessidade de compilar o conhecimento acumulado em enciclopédias e trabalhando essas questões emergentes do renascimento. Tendo surgido Fichte e em seguida Schelling com sua filosofia-da-natureza e Hegel com o espírito absoluto, então surge a teoria da Dialética que é composta por Tese, Antitese e Síntese. Aqui, discutindo a unidade da consciência, esses pensadores estavam cogitando como haveria essa elevação de consciência, que é dada através do diálogo entre posições divergentes. Então surge a esquerda hegeliana, e Schelling contrapõe-se a essa esquerda, fazendo com que a esquerda hegeliano fortalecesse mais ainda. Eis que surge entre esses da esquerda hegeliana Karl Marx.
Diante desse diálogo acerca da Identidade da Consciência, você só conhecerá melhor a si mesmo dialogando com os outros, e inclusive ouvindo críticas dos outros. Bem que havia na Grécia Antiga um filósofo careca-cabeçudo que passava os dias na ágora (praça) discutindo filosofia e que ficou conhecido pela célebre frase "CONHECE-TE A TI MESMO" por causa de suas intermináveis discussões. Sócrates incomodou os carrancudos poderosos que trataram de fazer acusações que o levaram a tomar o veneno da cicuta na cadeia. Mais uma vez os poderosos, questionados, trataram de eliminar o inimigo. O final do livro Fédon, de Platão, é: "Tal foi o fim do nosso amigo, Equécrates, do homem, podemos afirmá-lo, que entre todos os que nos foi dado conhecer, era o melhor e também o mais sábio e mais justo." E assim foi o fim de Sócrates, por questionar tais autoridades e que fez Críton pagar um galo a Asclépio (um ritual de honra ao deus da saúde e curas grego, realizado por agradecimento a uma vida saudável. O GALO era o símbolo do raiar do sol, o astro regido por Apolo, o deus da Razão).
Agora, se você quiser perder tempo a discutir filosofia você terá retornos de Sabedoria, muito o contrário de discursos orgulhosos. Numa discussão, questionado ou não, você Conhecerá Melhor a Si Mesmo. As questões acerca de todas as coisas giram em torno de compreensões comuns, que aplicada à transformações sociais poderá ter implicações muito produtivas! Fazer reuniões semanais discutindo os problemas da universidade são mais eficientes porque dão espaço para que essas discussões entre participantes voluntários exerçam a troca de ideias e a construção de ações coletivas para o Bem Comum. E com esse movimento da contracultura, agitado pelo atitude "Faça-Você-Mesmo" em que incentiva às pessoas a fazerem elas mesmas o que às vezes deixam para outros fazerem no lugar delas. É o símbolo da Atitude, do despertar da consciência!
Tendo em vista então esses ECOS MENTAIS que tais discussões filosóficas proporcionam em nossas almas, ponho o primeiro trecho:
Este ensaio tem por objetivo contribuir com a ecologia política por meio da síntese comparativa de duas obras de pensadores ambientalistas publicadas no início da década de 1980. A Nova Ciência das Organizações, de Alberto Guerreiro Ramos, e O Ponto de Mutação, de Fritjof Capra, estão entre os clássicos do pensamento ecopolítico. A hipótese central deste trabalho é que os autores, apesar de suas diferentes áreas acadêmicas de base, chegaram a resultados muito semelhantes a partir de um mesmo paradigma emergente, contribuindo de forma decisiva com a formação do campo de pesquisa trans-disciplinar que é a ecologia política. Capra, físico, epistemólogo (com incursões nas ciências sociais, na ecologia, na psicologia e na administração), e Ramos, um dos pioneiros da sociologia brasileira (com formação também filosófica, incursões na psicologia, na administração, na ecologia e com experiência político-parlamentar), podem ser considerados dois constituintes da ecologia política - sem que esta expressão seja utilizada por eles diretamente. Nem Capra menciona Ramos, nem este cita Capra. Este último é austríaco e vive nos Estados Unidos, tendo sua obra atingido repercussão mundial. Ramos, brasileiro, faleceu em 1982, após ter lecionado nos Estados Unidos (Universidade da Califórnia do Sul, Yale University e Wesleyan University) e publicado dez livros e numerosos artigos (em inglês, francês, espanhol e japonês). Sua principal obra, aqui examinada, também foi publicada pela Universidade de Toronto, em inglês, em 1981. Ramos também lecionou na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Esse Fritjof Capra lançou alguns bons livros que recomendo: Tao da Física, Ponto de Mutação e Teia da Vida
E ficar ligado no Alberto Guerreiro Ramos, que não conhecia até HOJE, quando pesquisei sobre o Capra e achei isso daí. Achei hoje isso daí e disse na semana passada nas Assembléias Estudantis que a Democracia Participativa faz parte desse novo modelo que surge a partir do Paradigma Emergente.
O Paradigma Emergente:
- a humanidade suja seu chão mas não fará diferença alguma para o universo;
- a destruição é de nós mesmos, e não da Natureza;
- O que o Paradigma Emergente tem a ver com a ecologia política? Apenas citações:
1) Entrevista da revista Caros Amigos com Fritjof Capra em 2004: Minha abordagem é pela educação. Nós precisamos disseminar o conhecimento básico de ecologia sobre o que é sustentabilidade e como desenvolver esta sustentabilidade. A história da evolução mostra que a nossa biosfera tem sustentado a vida por 2 bilhões de anos. Mas as nossas organizações “civilizadas” estão destruindo tudo. Precisamos mudar isto. Precisamos aprender com a natureza. Observá-la. Podemos identificar nela os princípios da ecologia: o dejeto de uma espécie pode ser o alimento de outra. É o ciclo ecológico. E a energia vem do sol. E querem deixar o Brasil de lado na evolução da consciência ecológica? O Brasil desempenha hoje um papel fundamental no mundo. Talvez, não reconhecido. Mas dos três grandes centros de poder - governos, empresas e sociedade civil - a sociedade civil reconhece este papel fundamental do Brasil.
2) CAPRA, FRitjof. A Teia da Vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos, de 1996, retoma a visão de interligação ecológica de todos os eventos que ocorrem na Terra e da qual fazemos parte, de forma fundamental. O livro foi traduzido para sete idiomas.
"O novo paradigma que emerge atualmente pode ser descrito de várias maneiras. Pode-se chamá-lo de uma visão de mundo holística, que enfatiza mais o todo que as suas partes. Mas negligenciar as partes em favor do todo também é uma visão reducionista e, por isso mesmo, limitada. Pode-se também chamá-lo de visão de mundo ecológica, e este é o termo que eu prefiro. Uso aqui a expressão ecologia num sentido muito mais amplo e profundo do que aquele em que é usualmente empregado. A consciência ecológica, nesse sentido profundo, reconhecer a interdependência fundamental de todos os fenômenos e o perfeito entrosamento dos indivíduos e das sociedades nos processos cíclicos da natureza. Essa percepção profundamente ecológica está agora emergindo em várias áreas de nossa sociedade, tanto dentro como fora da ciência."
3) Não é do Capra rsrs.
De acordo com James Barber, professor do Imperial College London, Reino Unido, a melhor solução para os problemas globais de produção de energia já foi desenvolvida, é muito eficiente e vem sendo utilizada há mais de 2 bilhões de anos. Ele estava falando da fotossíntese, processo natural das plantas.
“Imitar a natureza e desenvolver catalisadores capazes de mimetizar a fotossíntese – propiciando uma fonte de energia limpa e praticamente ilimitada – não é um sonho. É uma possibilidade real, contanto que seja feito um esforço internacional multidisciplinar que reúna os cientistas mais talentosos do planeta”, disse o pesquisador em entrevista à Agência Fapesp.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
O COLONIALISMO INTELECTUAL NAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS
André Luan Nunes Macedo
São João del-Rei, 04 de maio de 2011
Atualmente, os Estados Unidos da América transformou sua guerra imperialista no mundo árabe, que objetivamente busca única e exclusivamente recursos fundamentais para a existência de suas nações, como o petróleo, por exemplo, numa “luta pela democracia”, contra “as ditaduras” e o “fundamentalismo religioso islâmico” por meio do seu poder de guerra. Vemos o imperialismo ianque agredir as nações latino-americanas, em especial a pátria cubana socialista, sob o pretexto de “devolver a democracia” e tornar Cuba “um território livre da ditadura comunista”, mesmo que seja necessário investir em todo e qualquer tipo de terrorismo biológico ou bélico; mesmo que seja necessário praticar espionagem para sabotar a produção econômica daquele país; mesmo que seja necessário bloquear este país por meio de um injusto embargo econômico, que dura sessenta anos contra Cuba; mesmo que seja necessário deixá-la ilhada do resto do mundo, passando por duras dificuldades estruturais por não concordarem com a experiência social que os cubanos se autodeterminaram, ligados à planificação radical da economia e da valorização do trabalho, na perspectiva do socialismo.
Todas as práticas políticas aqui indicadas são “justas” na ótica da política imperialista para tornar os países latino-americanos como suas bases de exploração e de captação de recursos, mantendo a desigual Divisão Internacional do Trabalho como via de regra para esses países. Sendo que nenhum deles é uma potência tecnológica e científica, principal fator de valor no mercado. Ao contrário disso, a América Latina hoje é um grande celeiro da produção de matérias primas para o mercado mundial, mesmo tendo desenvolvido indústrias e concentrado a classe trabalhadora nas grandes cidades.
Concordamos com Ruy Mauro Marini nesta análise: a América Latina produziu, no seio das lutas e das suas nações, um capitalismo dependente. É impossível, no modo de produção dominante, romper com estas arestas. É necessário construir bases políticas que rompam com esta produção e construam uma independência ao imperialismo.
Bolívia, Venezuela, Equador e Cuba se mostram no cenário atual como nações dispostas a romperem com as amarras representativas impostas pelo imperialismo em nossa América. As quatro nações buscam negar o “Xerox” político tão panfletado da democracia representativa liberal-burguesa, tão padronizada, homogênea e isonômica, que não respeitam o direito à autodeterminação. “Democracia” nestes países não significa mais a simples e demagógica “liberdade de escolha” dos seus representantes. O voto não é mais a única e exclusiva forma de participação política. A democracia para a libertação latino-americana possui outro sentido histórico para a participação do povo nas decisões políticas. Significa controlar os representantes políticos por meio de referendos revogatórios; significa dar poder às reuniões de bairro e tratá-las como instâncias decisórias do Estado; significa ter a possibilidade real de revogar o mandato dos deputados e outros representantes que foram eleitos em suas circunscrições, como é o caso, por exemplo, do parlamento cubano. Trata-se de reduzir a distinção entre governantes e governados, construindo uma sociedade mais regulada pelo bem comum e pela soberania popular.
“Colonialismo”, “dependência” e “imperialismo”. Três conceitos indissociáveis que conseguem dimensionar a estrutura social que devemos encarar para lutar pela emancipação política da Pátria Brasileira. Precisamos encontrar instâncias de representação que vão além da colonização imposta pelo imperialismo. Nossa pátria precisa liberar seu povo para a condução de seu próprio destino, algo que não acontece hoje devido a falta de espaço para a produção de intelectuais que defendam o controle social dos representantes no Brasil.
Nessa perspectiva, a Universidade assume papel central para a luta política contra a difusão da idéia dominante de representação. Seus intelectuais hoje, ao contrário do que deveriam fazer para consolidar o desenvolvimento nacional e latino-americano, trabalham para a sustentação da Instituição sob a lógica de um desenvolvimento não autônomo. Ou seja, que segue, direta ou indiretamente, os movimentos do capitalismo dependente, repercutindo nas esferas culturais e, principalmente, políticas, da universidade pública.
Para que o título de nosso ensaio tenha sentido é necessário explicar o que entendemos por uma visão intelectual colonizada e suas repercussões nas Universidades públicas brasileiras. A Universidade Federal de São João del-Rei será utilizada neste ensaio como um dos lócus de reprodução de práticas que nos levam a operar com determinado conceito, por se tratar de um espaço que formula o desenvolvimento regional nos mais variados espectros sociais (culturais, políticos, econômicos e na integração entre estas três dimensões do social) , repercutindo, conseqüentemente, nos rumos da nação brasileira para determinada defesa de um projeto político pré-estabelecido.
A dimensão política do colonialismo intelectual reproduzida pelo centro de poder administrativo (leia-se: reitoria e seus Conselhos Superiores, mais especificamente o Conselho Universitário) travou uma grande resistência política do movimento estudantil da UFSJ a essa visão, principalmente no que diz respeito à concepção dominante de democracia. Buscando a práxis como elemento central para a análise do social, é necessário refletir sobre algumas ações políticas tomadas nos espaços dos Conselhos Superiores, visando a explicação do colonialismo intelectual defendido pela elite política da UFSJ tanto nas suas normas (Regimento Interno e Estatuto), quanto na prática política da representação, remontando o caso da votação ocorrida para instituir uma norma para a eleição dos representantes discentes no Conselho Universitário (CONSU).
Muitos dos conselheiros docentes (e não todos) eleitos nos seus departamentos assumiram a defesa desta representação colonizada. Não se consideram no direito de fazer discussões obrigatórias entre seus representados. Não acreditam na necessidade de retornar suas deliberações no órgão máximo, deliberativo e normativo da universidade nos espaços coletivos que o elegeram. Consideram que o movimento de retornar as discussões ocorridas nos conselhos superiores para seus órgãos representativos é uma relação “voluntária”, também defendida pela atual reitoria. No caso dos técnicos-adminsitrativos a distinção ainda é mais grave, pois este representante não se relaciona a nenhuma base representativa concreta, pois fica a seu critério convocar assembléias gerais para deliberar em torno de determinado tema.
Em reunião recente do Conselho Universitário, o reitor remontou o cenário de alteração do Regimento Interno ocorrido em 2005, quando questionado pelos estudantes sobre as reformas deliberadas no Estatuto da UFSJ atualmente. Alguns departamentos na época realizaram suas discussões a partir dos seus representantes internamente em suas assembléias, e outros optaram por não gerar aquilo que foi chamado de “voluntarismo” naquele momento, ou seja, o tão importante fluxo de informação e indistinção entre representantes e representados.
A mesma ação política foi tomada por esses conselheiros ao aprovar a posição colonizada das eleições diretas para a representação discente, atropelando o espaço deliberativo dos Centros Acadêmicos a partir do Conselho de Entidades de Base do DCE UFSJ. Por mais que se chamassem espaços de discussão coletiva, como as Assembléias Gerais dos estudantes q ue tinham o intuito de definir o posicionamento dos discentes em relação a sua representação no CONSU, a maioria dos conselheiros desrespeitou a democracia participativa defendida pela maioria dos estudantes que participaram das discussões. O argumento de isonomia entre os segmentos (docentes, técnicos-administrativos e discentes) foi defendido com o objetivo de estabelecer uma padronização da forma de organização da universidade. “Isonomia” significa, portanto, legitimar a representação liberal-burguesa de democracia. Qualquer outra forma de concepção de organização é desrespeitada e imposta à revelia do desejo da maioria que se propuseram participar da discussão sobre o Conselho Universitário, rompendo com a autonomia de deliberação dos departamentos e, consequentemente, com a democracia universitária.
Hoje vivemos em nossos Conselhos superiores práticas que transpõem mecanicamente a forma e o método constituído para a eleição daqueles que mais tem traído e entregado nosso país nas mãos de agentes dispostos a sugarem tudo aquilo que for necessário para se enriquecerem. Como fazem isso? Basta financiar uma elite política disposta a compartilhar com suas negociações e com seu lucro nas “eleições democráticas” que garantam os seus interesses privados. Questionamos: queremos essa pedagogia política em nossos espaços deliberativos? Qual seria o nível de independência da Universidade brasileira em relação aqueles que “trazem recursos” à nossa universidade? Pelo simples fato de se oferecer determinado capital para nossa universidade por parlamentares devemos nos atrelar ao seu projeto de carreira? Como romper com tais arestas?
Para que a Universidade brasileira siga os rumos de fato do progresso nacional e de seu povo é necessário romper com as arestas conservadoras ainda existentes no fazer-se da estrutura colocada para a ação política. É necessário repensar sua vida orgânica a partir de uma visão holística, entendendo a política como elemento organizador do tripé Ensino/Pesquisa/Extensão. A Universidade precisa ter forças internas para ser o seu próprio motor de desenvolvimento. Ela precisa ser autônoma e defender a sua regulação por aqueles que fazem parte dela. Só assim teremos uma universidade democrática, rompendo com os valores coloniais demagógicos que aparecem como grandes verdades em nossas cabeças. Precisa-se de crítica e reflexão para que se seja autônoma e democrática.
São João del-Rei, 04 de maio de 2011
Atualmente, os Estados Unidos da América transformou sua guerra imperialista no mundo árabe, que objetivamente busca única e exclusivamente recursos fundamentais para a existência de suas nações, como o petróleo, por exemplo, numa “luta pela democracia”, contra “as ditaduras” e o “fundamentalismo religioso islâmico” por meio do seu poder de guerra. Vemos o imperialismo ianque agredir as nações latino-americanas, em especial a pátria cubana socialista, sob o pretexto de “devolver a democracia” e tornar Cuba “um território livre da ditadura comunista”, mesmo que seja necessário investir em todo e qualquer tipo de terrorismo biológico ou bélico; mesmo que seja necessário praticar espionagem para sabotar a produção econômica daquele país; mesmo que seja necessário bloquear este país por meio de um injusto embargo econômico, que dura sessenta anos contra Cuba; mesmo que seja necessário deixá-la ilhada do resto do mundo, passando por duras dificuldades estruturais por não concordarem com a experiência social que os cubanos se autodeterminaram, ligados à planificação radical da economia e da valorização do trabalho, na perspectiva do socialismo.
Todas as práticas políticas aqui indicadas são “justas” na ótica da política imperialista para tornar os países latino-americanos como suas bases de exploração e de captação de recursos, mantendo a desigual Divisão Internacional do Trabalho como via de regra para esses países. Sendo que nenhum deles é uma potência tecnológica e científica, principal fator de valor no mercado. Ao contrário disso, a América Latina hoje é um grande celeiro da produção de matérias primas para o mercado mundial, mesmo tendo desenvolvido indústrias e concentrado a classe trabalhadora nas grandes cidades.
Concordamos com Ruy Mauro Marini nesta análise: a América Latina produziu, no seio das lutas e das suas nações, um capitalismo dependente. É impossível, no modo de produção dominante, romper com estas arestas. É necessário construir bases políticas que rompam com esta produção e construam uma independência ao imperialismo.
Bolívia, Venezuela, Equador e Cuba se mostram no cenário atual como nações dispostas a romperem com as amarras representativas impostas pelo imperialismo em nossa América. As quatro nações buscam negar o “Xerox” político tão panfletado da democracia representativa liberal-burguesa, tão padronizada, homogênea e isonômica, que não respeitam o direito à autodeterminação. “Democracia” nestes países não significa mais a simples e demagógica “liberdade de escolha” dos seus representantes. O voto não é mais a única e exclusiva forma de participação política. A democracia para a libertação latino-americana possui outro sentido histórico para a participação do povo nas decisões políticas. Significa controlar os representantes políticos por meio de referendos revogatórios; significa dar poder às reuniões de bairro e tratá-las como instâncias decisórias do Estado; significa ter a possibilidade real de revogar o mandato dos deputados e outros representantes que foram eleitos em suas circunscrições, como é o caso, por exemplo, do parlamento cubano. Trata-se de reduzir a distinção entre governantes e governados, construindo uma sociedade mais regulada pelo bem comum e pela soberania popular.
“Colonialismo”, “dependência” e “imperialismo”. Três conceitos indissociáveis que conseguem dimensionar a estrutura social que devemos encarar para lutar pela emancipação política da Pátria Brasileira. Precisamos encontrar instâncias de representação que vão além da colonização imposta pelo imperialismo. Nossa pátria precisa liberar seu povo para a condução de seu próprio destino, algo que não acontece hoje devido a falta de espaço para a produção de intelectuais que defendam o controle social dos representantes no Brasil.
Nessa perspectiva, a Universidade assume papel central para a luta política contra a difusão da idéia dominante de representação. Seus intelectuais hoje, ao contrário do que deveriam fazer para consolidar o desenvolvimento nacional e latino-americano, trabalham para a sustentação da Instituição sob a lógica de um desenvolvimento não autônomo. Ou seja, que segue, direta ou indiretamente, os movimentos do capitalismo dependente, repercutindo nas esferas culturais e, principalmente, políticas, da universidade pública.
Para que o título de nosso ensaio tenha sentido é necessário explicar o que entendemos por uma visão intelectual colonizada e suas repercussões nas Universidades públicas brasileiras. A Universidade Federal de São João del-Rei será utilizada neste ensaio como um dos lócus de reprodução de práticas que nos levam a operar com determinado conceito, por se tratar de um espaço que formula o desenvolvimento regional nos mais variados espectros sociais (culturais, políticos, econômicos e na integração entre estas três dimensões do social) , repercutindo, conseqüentemente, nos rumos da nação brasileira para determinada defesa de um projeto político pré-estabelecido.
A dimensão política do colonialismo intelectual reproduzida pelo centro de poder administrativo (leia-se: reitoria e seus Conselhos Superiores, mais especificamente o Conselho Universitário) travou uma grande resistência política do movimento estudantil da UFSJ a essa visão, principalmente no que diz respeito à concepção dominante de democracia. Buscando a práxis como elemento central para a análise do social, é necessário refletir sobre algumas ações políticas tomadas nos espaços dos Conselhos Superiores, visando a explicação do colonialismo intelectual defendido pela elite política da UFSJ tanto nas suas normas (Regimento Interno e Estatuto), quanto na prática política da representação, remontando o caso da votação ocorrida para instituir uma norma para a eleição dos representantes discentes no Conselho Universitário (CONSU).
Muitos dos conselheiros docentes (e não todos) eleitos nos seus departamentos assumiram a defesa desta representação colonizada. Não se consideram no direito de fazer discussões obrigatórias entre seus representados. Não acreditam na necessidade de retornar suas deliberações no órgão máximo, deliberativo e normativo da universidade nos espaços coletivos que o elegeram. Consideram que o movimento de retornar as discussões ocorridas nos conselhos superiores para seus órgãos representativos é uma relação “voluntária”, também defendida pela atual reitoria. No caso dos técnicos-adminsitrativos a distinção ainda é mais grave, pois este representante não se relaciona a nenhuma base representativa concreta, pois fica a seu critério convocar assembléias gerais para deliberar em torno de determinado tema.
Em reunião recente do Conselho Universitário, o reitor remontou o cenário de alteração do Regimento Interno ocorrido em 2005, quando questionado pelos estudantes sobre as reformas deliberadas no Estatuto da UFSJ atualmente. Alguns departamentos na época realizaram suas discussões a partir dos seus representantes internamente em suas assembléias, e outros optaram por não gerar aquilo que foi chamado de “voluntarismo” naquele momento, ou seja, o tão importante fluxo de informação e indistinção entre representantes e representados.
A mesma ação política foi tomada por esses conselheiros ao aprovar a posição colonizada das eleições diretas para a representação discente, atropelando o espaço deliberativo dos Centros Acadêmicos a partir do Conselho de Entidades de Base do DCE UFSJ. Por mais que se chamassem espaços de discussão coletiva, como as Assembléias Gerais dos estudantes q ue tinham o intuito de definir o posicionamento dos discentes em relação a sua representação no CONSU, a maioria dos conselheiros desrespeitou a democracia participativa defendida pela maioria dos estudantes que participaram das discussões. O argumento de isonomia entre os segmentos (docentes, técnicos-administrativos e discentes) foi defendido com o objetivo de estabelecer uma padronização da forma de organização da universidade. “Isonomia” significa, portanto, legitimar a representação liberal-burguesa de democracia. Qualquer outra forma de concepção de organização é desrespeitada e imposta à revelia do desejo da maioria que se propuseram participar da discussão sobre o Conselho Universitário, rompendo com a autonomia de deliberação dos departamentos e, consequentemente, com a democracia universitária.
Hoje vivemos em nossos Conselhos superiores práticas que transpõem mecanicamente a forma e o método constituído para a eleição daqueles que mais tem traído e entregado nosso país nas mãos de agentes dispostos a sugarem tudo aquilo que for necessário para se enriquecerem. Como fazem isso? Basta financiar uma elite política disposta a compartilhar com suas negociações e com seu lucro nas “eleições democráticas” que garantam os seus interesses privados. Questionamos: queremos essa pedagogia política em nossos espaços deliberativos? Qual seria o nível de independência da Universidade brasileira em relação aqueles que “trazem recursos” à nossa universidade? Pelo simples fato de se oferecer determinado capital para nossa universidade por parlamentares devemos nos atrelar ao seu projeto de carreira? Como romper com tais arestas?
Para que a Universidade brasileira siga os rumos de fato do progresso nacional e de seu povo é necessário romper com as arestas conservadoras ainda existentes no fazer-se da estrutura colocada para a ação política. É necessário repensar sua vida orgânica a partir de uma visão holística, entendendo a política como elemento organizador do tripé Ensino/Pesquisa/Extensão. A Universidade precisa ter forças internas para ser o seu próprio motor de desenvolvimento. Ela precisa ser autônoma e defender a sua regulação por aqueles que fazem parte dela. Só assim teremos uma universidade democrática, rompendo com os valores coloniais demagógicos que aparecem como grandes verdades em nossas cabeças. Precisa-se de crítica e reflexão para que se seja autônoma e democrática.
Assembléia do CTan teve 4 votos das Diretas Já contra 112 do Poder às Entidades de Base
Na Assembléia de 3 de Maio no Campus Tancredo Neves o Movimento Diretas Já teve os votos de 4 estudantes, apesar de seus panfletos, faixas espalhadas pela cidade, de jogar com o senso comum, do apoio de um deputado, um reitor e do partido que governa o país. Com isso, eles acabam de somar 16 votos, contra os mais de 300 que foram às Assembléias situadas na Sede para defender o poder das entidades de base indicarem os representantes estudantis no Conselho Superior.
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Eleições diretas tiveram 7 votos do Campus Dom Bosco contra 151 do poder das entidades de base
Na Assembléia de 2 de Maio no Campus Dom Bosco o Movimento Diretas Já teve os votos de 7 estudantes, apesar de seus panfletos, faixas espalhadas pela cidade, de jogar com o senso comum, do apoio de um deputado, um reitor e do partido que governo o país. Com isso, eles acabam de somar 9 votos, contra os mais de 200 que foram às Assembléias de somente esses dois campus para defender o poder das entidades de base indicarem os representantes estudantis no Conselho Superior.
domingo, 1 de maio de 2011
ALELUIA, UM JORNAL NA UFSJ!
André Luan Nunes Macedo- Representante discente no Conselho Universitário, eleito orgulhosamente pelo poder dos Centros Acadêmicos
Os estudantes e professores do curso de Comunicação Social da UFSJ, ligados ao projeto de jornal Laboratório intitulado “Ora-Pro-Nobis” entregaram à comunidade acadêmica um trabalho que merece o respeito de todos aqueles interessados por uma nova pedagogia da informação em nossa Universidade e na cidade de São João del-Rei. O trabalho feito por este projeto tratou de noticiar sobre questões externas e internas à Universidade. Encontramos matérias que relatam a cultura popular da cidade, até os problemas políticos e econômicos dos estudantes universitários, elementos que concretizam o caráter extensionista e acadêmico do jornal.
Sobre a vontade política destes futuros jornalistas em relatar a dura realidade dos estudantes da UFSJ na cidade foi um dos motivos que nos levaram a escrever este humilde elogio. Por sermos o representante discente no Conselho Universitário, sentíamos a necessidade de encontrar jornalistas dispostos a mostrarem “o lado da moeda” que o jornal produzido pela Assessoria de Comunicação (ASCOM), pretensiosamente chamado de “Jornal da Universidade” (leia-se: panfleto da reitoria), não se preocupa em fazer. Publicizar para toda a cidade a precariedade da Assistência Estudantil da UFSJ, que conseqüentemente afeta os estudantes na falta de moradias, nos aluguéis caros cobrados pelo empresariado imobiliário, etc., demonstram a coragem deste projeto, num momento político de autoritarismo e de censura por parte da Reitoria, que já alertamos em outros textos e mobilizações anteriores.
Esse desejo em relatar a realidade demonstra o compromisso social destes comunicadores na Universidade, além de contribuir na construção de um projeto que contemple o tripé Ensino, Pesquisa e Extensão. Ensinar a comunicar e ensinar a tratar a realidade social se identificam diretamente com o fazer de uma investigação sobre os elementos da mesma realidade, além de estender seus assuntos para a sociedade na qual a Universidade faz parte. Esse projeto busca a autonomia e a democratização do acesso à informação, e por isso tem nosso total apoio.
Aleluia, um Jornal na UFSJ!
Os estudantes e professores do curso de Comunicação Social da UFSJ, ligados ao projeto de jornal Laboratório intitulado “Ora-Pro-Nobis” entregaram à comunidade acadêmica um trabalho que merece o respeito de todos aqueles interessados por uma nova pedagogia da informação em nossa Universidade e na cidade de São João del-Rei. O trabalho feito por este projeto tratou de noticiar sobre questões externas e internas à Universidade. Encontramos matérias que relatam a cultura popular da cidade, até os problemas políticos e econômicos dos estudantes universitários, elementos que concretizam o caráter extensionista e acadêmico do jornal.
Sobre a vontade política destes futuros jornalistas em relatar a dura realidade dos estudantes da UFSJ na cidade foi um dos motivos que nos levaram a escrever este humilde elogio. Por sermos o representante discente no Conselho Universitário, sentíamos a necessidade de encontrar jornalistas dispostos a mostrarem “o lado da moeda” que o jornal produzido pela Assessoria de Comunicação (ASCOM), pretensiosamente chamado de “Jornal da Universidade” (leia-se: panfleto da reitoria), não se preocupa em fazer. Publicizar para toda a cidade a precariedade da Assistência Estudantil da UFSJ, que conseqüentemente afeta os estudantes na falta de moradias, nos aluguéis caros cobrados pelo empresariado imobiliário, etc., demonstram a coragem deste projeto, num momento político de autoritarismo e de censura por parte da Reitoria, que já alertamos em outros textos e mobilizações anteriores.
Esse desejo em relatar a realidade demonstra o compromisso social destes comunicadores na Universidade, além de contribuir na construção de um projeto que contemple o tripé Ensino, Pesquisa e Extensão. Ensinar a comunicar e ensinar a tratar a realidade social se identificam diretamente com o fazer de uma investigação sobre os elementos da mesma realidade, além de estender seus assuntos para a sociedade na qual a Universidade faz parte. Esse projeto busca a autonomia e a democratização do acesso à informação, e por isso tem nosso total apoio.
Aleluia, um Jornal na UFSJ!
quinta-feira, 28 de abril de 2011
"FAÇA-VOCÊ-MESMO!" Gritou a contracultura...
A atividade das partes é essencial para a onipresença (ou bom funcionamento) do Estado. As assembléias estabelecidas pelas Entidades de Base constituem ideias construídas para serem levadas aos tais Conselhos de Entidades de Base. As células constituem o corpo do Estado, havendo a participação livre de qualquer cidadão interessado em propor melhorias ao bem comum, de discutir em reuniões abertas e dialogar com ideias de outras pessoas a fim de, através da dialética, desenvolver melhoramentos coletivos. Os indivíduos ativistas (uma vez que eu não gosto do termo militante) participam das reuniões e faz acontecer continuamente tais atividades coletivas.
O Mundo está em momento de crescentes movimentações democráticas. No entanto, enquanto alguns argumentam que o reducionista sistema de voto direto a representantes é "A Democracia", devo argumentar que o atual sistema de Democracia emergente é o Participativo, visto as inúmeras falhas da formação elitista do atual sistema democrático brasileiro. Este sistema que também tem falhas de atuação porque tais elites, dominando as Eleições Diretas, ficam longe dos problemas sociais, não havendo a devida representação e atenção às comunidades carentes.
Por isso, há a necessidade de, aos poucos, disseminar no povo brasileiro a cultura de auto-organização, iniciativas sociais e de assembléias participativas, afim de que haja uma atividade das partes que melhore a eficiência do Estado. É importante que essa Democracia Participativa não perca espaço para uma Democracia Representativa que pode repetir os erros da histórica corrupção no governo brasileiro. Não deixe que os outros façam por você, faça-você-mesmo o que você mesmo pode fazer por você!
X - Entender este conceito aplicado à política:
Faça você mesmo (em inglês do it yourself, sigla DIY) refere-se à prática de fabricar ou reparar algo por conta própria em vez de comprar ou pagar por um trabalho profissional. A prática, atualmente, engloba qualquer área de atividade, dos cuidados médicos ao design de interiores, da publicação à eletrônica.
A partir do final da década de 1970 o princípio faça você mesmo se tornou profundamente associado ao anarquismo e vários outros movimentos anticonsumistas, principalmente nos casos de grande e evidente rejeição à idéia de que um indivíduo deve sempre comprar de outras pessoas as coisas que deseja ou necessita.
O faça você mesmo, concebido como princípio ou ética, questiona o suposto monopólio das técnicas por especialistas e estimula a capacidade de pessoas não-especializadas aprenderem a realizar coisas além do que tradicionalmente julgam capazes.
Também é usada no caso de projectos que contra tudo e todos e sem quaisquer apoios financeiros ou outros, subsistem e chegam a ter sucesso. Diz-se que estes são projectos baseados no DIY.
A atitude DIY é obviamente associada a um espírito anticapitalista e assenta no pressuposto que uma pessoa sozinha pode muito bem fazer o trabalho de vários "profissionais" excessivamente bem pagos e por vezes incompetentes.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fa%C3%A7a_voc%C3%AA_mesmo
http://pt.wikipedia.org/wiki/DIY
* Minhas contribuições acabam sendo mais pelos termos coerentes ao Participativismo do que com teoria política, uma vez que não sou um filósofo da política.
O Mundo está em momento de crescentes movimentações democráticas. No entanto, enquanto alguns argumentam que o reducionista sistema de voto direto a representantes é "A Democracia", devo argumentar que o atual sistema de Democracia emergente é o Participativo, visto as inúmeras falhas da formação elitista do atual sistema democrático brasileiro. Este sistema que também tem falhas de atuação porque tais elites, dominando as Eleições Diretas, ficam longe dos problemas sociais, não havendo a devida representação e atenção às comunidades carentes.
Por isso, há a necessidade de, aos poucos, disseminar no povo brasileiro a cultura de auto-organização, iniciativas sociais e de assembléias participativas, afim de que haja uma atividade das partes que melhore a eficiência do Estado. É importante que essa Democracia Participativa não perca espaço para uma Democracia Representativa que pode repetir os erros da histórica corrupção no governo brasileiro. Não deixe que os outros façam por você, faça-você-mesmo o que você mesmo pode fazer por você!
X - Entender este conceito aplicado à política:
Faça você mesmo (em inglês do it yourself, sigla DIY) refere-se à prática de fabricar ou reparar algo por conta própria em vez de comprar ou pagar por um trabalho profissional. A prática, atualmente, engloba qualquer área de atividade, dos cuidados médicos ao design de interiores, da publicação à eletrônica.
A partir do final da década de 1970 o princípio faça você mesmo se tornou profundamente associado ao anarquismo e vários outros movimentos anticonsumistas, principalmente nos casos de grande e evidente rejeição à idéia de que um indivíduo deve sempre comprar de outras pessoas as coisas que deseja ou necessita.
O faça você mesmo, concebido como princípio ou ética, questiona o suposto monopólio das técnicas por especialistas e estimula a capacidade de pessoas não-especializadas aprenderem a realizar coisas além do que tradicionalmente julgam capazes.
Também é usada no caso de projectos que contra tudo e todos e sem quaisquer apoios financeiros ou outros, subsistem e chegam a ter sucesso. Diz-se que estes são projectos baseados no DIY.
A atitude DIY é obviamente associada a um espírito anticapitalista e assenta no pressuposto que uma pessoa sozinha pode muito bem fazer o trabalho de vários "profissionais" excessivamente bem pagos e por vezes incompetentes.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fa%C3%A7a_voc%C3%AA_mesmo
http://pt.wikipedia.org/wiki/DIY
* Minhas contribuições acabam sendo mais pelos termos coerentes ao Participativismo do que com teoria política, uma vez que não sou um filósofo da política.
terça-feira, 26 de abril de 2011
Minha Renúncia Anunciada: o que está em jogo na UFSJ?
André Luan Nunes Macedo
São João del-Rei, 25 de abril de 2011
O que está em jogo é a democracia entre os estudantes, o Diretório Central dos Estudantes organizado enquanto Conselho de Entidades de Base. Para o Reitor, trata-se de calar qualquer questionamento, qualquer debate nos Conselhos Superiores. Depois de tentar, ano passado, fazer os Centros e Diretórios Acadêmicos enviarem para o Conselho Universitário um representante que assumisse passivamente seus posicionamentos, e de obter no Conselho o apoio de somente duas dessas entidades de base, ele resolveu tirar esse poder dessas organizações, que são as únicas realmente estudantis. Para seus aliados trata-se de retomar o controle do Diretório Central dos Estudantes, colocando fim ao poder dos Centros Acadêmicos e submetendo-o ao poder partidário.
Contudo, quem não tem a razão usa o subterfúgio de desviar o assunto, de tentar esconde-lo criando boatos, como foi feito durante as últimas semanas. Os súditos da reitoria soltaram o boato que minha mãe, professora do Departamento de Educação e Coordenadora do Mestrado em Educação da UFSJ, Maria do Socorro Alencar Nunes Macedo, seria uma candidata à reitoria em 2012. Acusam-me de utilizar ou vir a utilizar do cargo de representante do DCE UFSJ no Conselho Universitário para auxiliá-la nesta hipotética caminhada.
A boataria praticada nos corredores é irresponsável e agressiva, pois nos coloca direta ou indiretamente na posição de massa de manobra, esquecendo o que já fizemos academicamente e autonomamente na instituição, sem a necessidade de aprovação de familiar ou professor algum. Para quem não me conhece, sou André Luan Nunes Macedo. Sou graduando do sétimo período do curso de História. Em minha graduação consegui consolidar um projeto de iniciação científica e três artigos relacionados ao campo do ensino de história, sendo um deles aprovado em um Congresso de Educação em Cuba. Além de minhas publicações acadêmicas, me aventurei em produzir um livro, intitulado “Política Universitária: debate” junto ao camarada Mauro Assis, resultado de nossa militância tanto no DCE UFSJ quanto em outros fóruns de atuação. Atualmente estou como representante discente do Conselho Universitário, eleito pelos Centros Acadêmicos no Conselho de Entidades de Base do DCE UFSJ em 2010.
Tenho agora que dar explicações à comunidade acadêmica sobre algo tão infantil como ser filho de minha mãe. Tenho que retornar a dar explicações sobre a minha filiação ao Partido Comunista, como se nunca o tivesse feito. Cabe lembrar que antes de ser escolhido para representante no CONSU, já havia deixado claro que a reitoria poderia se utilizar desta identidade para tentar deslegitimar o movimento estudantil e o poder dos Centros Acadêmicos. Estamos em 2011 e dito e feito: a reitoria acusa o Partido Comunista de aparelhar o DCE UFSJ. Tenho também que dar explicações sobre minha participação em coletivos que buscam a democracia e a autonomia na UFSJ. Por todos esses motivos questionamos: Quando utilizamos de nossa representação de forma a confirmar as acusações feitas pelos mandatários da atual administração? Quando foi que utilizei do CONSU para promover minha mãe? Em que momento utilizei meu cargo em favor do Partido Comunista? Quando falei no CONSU sobre o Movimento UFSJ Autônoma e Democrática?
Contudo, o verdadeiro alvo dos boatos indicados é o movimento estudantil. Uma das principais munições que o adversário tem tido na luta contra os estudantes é associar a minha vida privada com as decisões do DCE UFSJ. Sabemos que essa calúnia reproduzida nos cochichos dos corredores não representa as bandeiras de luta defendidas autonomamente pelo DCE UFSJ. Personalizar o movimento estudantil tem sido uma ferramenta de desgaste da reitoria e seus lacaios neste terreno de batalha. Afinal de contas, dizer que somos capazes de manipular e controlar boiadas estudantis sem consciência alguma é mais fácil que reconhecer o espaço legítimo, democrático e unicamente crítico que o DCE UFSJ tem oferecido para nós estudantes e à comunidade acadêmica em geral.
A luta pela democratização da universidade tem como pólo de resistência o DCE UFSJ. O DCE é o único espaço que encontramos onde podemos compartilhar nossas críticas às práticas atrasadas da democracia liberal. Por não haver outros espaços públicos de discussão, muitas vezes o DCE assume o estereótipo mitológico da “oposição sistemática”. Ao contrário disso, o DCE tem assumido bandeiras que buscam sua independência e autonomia, sempre respeitou a liberdade de opinião e de idéias. Suas bandeiras pela democratização do movimento estudantil e da universidade foram os grandes elementos que me atraíram para que participasse dos seus fóruns logo quando entrei na universidade em 2008. Exemplo disso foi o seu posicionamento em relação às eleições da atual reitoria em 2008, quando não apoiou a candidatura do professor Helvécio e exigiu um debate público mais democrático na comunidade universitária.
São pelos princípios democráticos que regem a prática militante e transformadora que o DCE UFSJ nos ensinou nos últimos três anos, e para superar as novelinhas, que renunciaremos nosso cargo de representante discente no Conselho Universitário bem antes das eleições para a reitoria em 2012, logo quando o DCE puder nos substituir, o que agora é impedido pelas mãos de ferro de nosso reitor e seus mandatários. Nossa disposição de deixar o CONSU desmente por completo a boataria adversária, mostrando que suas concepções são construídas como um castelo de cartas: basta um vento de verdade para que todas caiam por terra.
O nosso papel militante no Conselho Universitário possui data: quando conquistarmos a vitória próxima do DCE UFSJ, seja na política ou na justiça comum. Entendemos a razão pela qual assumimos a representação discente em 2010, pois representávamos a autonomia do movimento estudantil em contraposição ao autoritarismo e à coerção ditatorial imposta por essa administração. Hoje vemos que somos utilizados como uma arma pela reitoria para deslegitimar o DCE UFSJ, que poderá, quando o reitor não impedir, me substituir com facilidade, pois tem formado grandes intelectuais orgânicos na luta pela democracia participativa em nossa sociedade
São João del-Rei, 25 de abril de 2011
O que está em jogo é a democracia entre os estudantes, o Diretório Central dos Estudantes organizado enquanto Conselho de Entidades de Base. Para o Reitor, trata-se de calar qualquer questionamento, qualquer debate nos Conselhos Superiores. Depois de tentar, ano passado, fazer os Centros e Diretórios Acadêmicos enviarem para o Conselho Universitário um representante que assumisse passivamente seus posicionamentos, e de obter no Conselho o apoio de somente duas dessas entidades de base, ele resolveu tirar esse poder dessas organizações, que são as únicas realmente estudantis. Para seus aliados trata-se de retomar o controle do Diretório Central dos Estudantes, colocando fim ao poder dos Centros Acadêmicos e submetendo-o ao poder partidário.
Contudo, quem não tem a razão usa o subterfúgio de desviar o assunto, de tentar esconde-lo criando boatos, como foi feito durante as últimas semanas. Os súditos da reitoria soltaram o boato que minha mãe, professora do Departamento de Educação e Coordenadora do Mestrado em Educação da UFSJ, Maria do Socorro Alencar Nunes Macedo, seria uma candidata à reitoria em 2012. Acusam-me de utilizar ou vir a utilizar do cargo de representante do DCE UFSJ no Conselho Universitário para auxiliá-la nesta hipotética caminhada.
A boataria praticada nos corredores é irresponsável e agressiva, pois nos coloca direta ou indiretamente na posição de massa de manobra, esquecendo o que já fizemos academicamente e autonomamente na instituição, sem a necessidade de aprovação de familiar ou professor algum. Para quem não me conhece, sou André Luan Nunes Macedo. Sou graduando do sétimo período do curso de História. Em minha graduação consegui consolidar um projeto de iniciação científica e três artigos relacionados ao campo do ensino de história, sendo um deles aprovado em um Congresso de Educação em Cuba. Além de minhas publicações acadêmicas, me aventurei em produzir um livro, intitulado “Política Universitária: debate” junto ao camarada Mauro Assis, resultado de nossa militância tanto no DCE UFSJ quanto em outros fóruns de atuação. Atualmente estou como representante discente do Conselho Universitário, eleito pelos Centros Acadêmicos no Conselho de Entidades de Base do DCE UFSJ em 2010.
Tenho agora que dar explicações à comunidade acadêmica sobre algo tão infantil como ser filho de minha mãe. Tenho que retornar a dar explicações sobre a minha filiação ao Partido Comunista, como se nunca o tivesse feito. Cabe lembrar que antes de ser escolhido para representante no CONSU, já havia deixado claro que a reitoria poderia se utilizar desta identidade para tentar deslegitimar o movimento estudantil e o poder dos Centros Acadêmicos. Estamos em 2011 e dito e feito: a reitoria acusa o Partido Comunista de aparelhar o DCE UFSJ. Tenho também que dar explicações sobre minha participação em coletivos que buscam a democracia e a autonomia na UFSJ. Por todos esses motivos questionamos: Quando utilizamos de nossa representação de forma a confirmar as acusações feitas pelos mandatários da atual administração? Quando foi que utilizei do CONSU para promover minha mãe? Em que momento utilizei meu cargo em favor do Partido Comunista? Quando falei no CONSU sobre o Movimento UFSJ Autônoma e Democrática?
Contudo, o verdadeiro alvo dos boatos indicados é o movimento estudantil. Uma das principais munições que o adversário tem tido na luta contra os estudantes é associar a minha vida privada com as decisões do DCE UFSJ. Sabemos que essa calúnia reproduzida nos cochichos dos corredores não representa as bandeiras de luta defendidas autonomamente pelo DCE UFSJ. Personalizar o movimento estudantil tem sido uma ferramenta de desgaste da reitoria e seus lacaios neste terreno de batalha. Afinal de contas, dizer que somos capazes de manipular e controlar boiadas estudantis sem consciência alguma é mais fácil que reconhecer o espaço legítimo, democrático e unicamente crítico que o DCE UFSJ tem oferecido para nós estudantes e à comunidade acadêmica em geral.
A luta pela democratização da universidade tem como pólo de resistência o DCE UFSJ. O DCE é o único espaço que encontramos onde podemos compartilhar nossas críticas às práticas atrasadas da democracia liberal. Por não haver outros espaços públicos de discussão, muitas vezes o DCE assume o estereótipo mitológico da “oposição sistemática”. Ao contrário disso, o DCE tem assumido bandeiras que buscam sua independência e autonomia, sempre respeitou a liberdade de opinião e de idéias. Suas bandeiras pela democratização do movimento estudantil e da universidade foram os grandes elementos que me atraíram para que participasse dos seus fóruns logo quando entrei na universidade em 2008. Exemplo disso foi o seu posicionamento em relação às eleições da atual reitoria em 2008, quando não apoiou a candidatura do professor Helvécio e exigiu um debate público mais democrático na comunidade universitária.
São pelos princípios democráticos que regem a prática militante e transformadora que o DCE UFSJ nos ensinou nos últimos três anos, e para superar as novelinhas, que renunciaremos nosso cargo de representante discente no Conselho Universitário bem antes das eleições para a reitoria em 2012, logo quando o DCE puder nos substituir, o que agora é impedido pelas mãos de ferro de nosso reitor e seus mandatários. Nossa disposição de deixar o CONSU desmente por completo a boataria adversária, mostrando que suas concepções são construídas como um castelo de cartas: basta um vento de verdade para que todas caiam por terra.
O nosso papel militante no Conselho Universitário possui data: quando conquistarmos a vitória próxima do DCE UFSJ, seja na política ou na justiça comum. Entendemos a razão pela qual assumimos a representação discente em 2010, pois representávamos a autonomia do movimento estudantil em contraposição ao autoritarismo e à coerção ditatorial imposta por essa administração. Hoje vemos que somos utilizados como uma arma pela reitoria para deslegitimar o DCE UFSJ, que poderá, quando o reitor não impedir, me substituir com facilidade, pois tem formado grandes intelectuais orgânicos na luta pela democracia participativa em nossa sociedade
segunda-feira, 25 de abril de 2011
O que é a Sociedade Defensora ?
A Sociedade Defensora do Poder às Entidades de Base surgiu para lutar pelo poder das entidades de base em todo o país. Por entidades de base compreendemos que no movimento universitário existem os Centros Acadêmicos, em algumas escolas existem Grêmios, nas empresas deviam existir organizações sindicais locais, uma por fábrica, e deviam existir associações de moradores fortes, e assim por diante. Em outras palavras, sim, trata-se de um trabalho de organização da sociedade, buscando reverter um traço da cultura política nacional, que é profundamente "desorganizativa".
A idéia é somar todos os esforços, ou seja, não colocar limites ideológicos à participação na Sociedade, não levantando mais que a única bandeira expressa no nome da mesma, a existência e o poder dessas entidades de base, coisas que já aprendemos dependerem uma da outra, pois sem poder nenhum essas organizações não duram nada.
Para ser ampla, essa organização deve permitir total debate de idéias, e esse blog está tentando ser exemplo disso. Já notamos por aqui que escreveram pessoas com os mais diferentes pontos de vista. Elas têm em comum o fundamental para fazer parte dessa organização, compreendem a necessidade de uma democracia de novo tipo, superior à atual.
A idéia é somar todos os esforços, ou seja, não colocar limites ideológicos à participação na Sociedade, não levantando mais que a única bandeira expressa no nome da mesma, a existência e o poder dessas entidades de base, coisas que já aprendemos dependerem uma da outra, pois sem poder nenhum essas organizações não duram nada.
Para ser ampla, essa organização deve permitir total debate de idéias, e esse blog está tentando ser exemplo disso. Já notamos por aqui que escreveram pessoas com os mais diferentes pontos de vista. Elas têm em comum o fundamental para fazer parte dessa organização, compreendem a necessidade de uma democracia de novo tipo, superior à atual.
domingo, 24 de abril de 2011
GOLPE NA ENTIDADE DOS OUTROS É REFRESCO! (UMA RESPOSTA A UM ESTUDANTE DA UFSJ)
André Luan Nunes Macedo- representante discente no Conselho Universitário, eleito orgulhosamente pela democracia participativa dos Centros Acadêmicos
Caro Carlos,
Chegou a hora de fazer a defesa de alguns pontos. Nunca quis respondê-lo na internet, porque achei que você encararia o debate público feito no CONSU nas Assembléias agendadas pelo DCE UFSJ. Mas agora um texto urge necessário para dar algumas respostas à comunidade acadêmica através da rede digital.
Primeiro, quero que você vá ao espaço legítimo do DCE para questionar a representatividade do Petterson, pois acredito que você vai ser respeitado no CEB. Peço encarecidamente que você esteja presente. Se você é um estudante e, portanto, membro do DCE, deve obrigatoriamente expressar sua indignação neste espaço legítimo. Certamente vários companheiros vão entender essa questão. Eu seria um deles. Se você quer acabar com o preconceito da homofobia, que para mim é legítimo, inicie o seu abrindo a cabeça para entender qual é o nosso espaço sem preconceitos também. E tenho certeza que muitos não vão tolerar o texto do Petterson, como tem ocorrido numa lista de e-mails aberta para qualquer estudante participar e que já tem mais de 200 assinaturas de representantes de diversos cursos. E vão também questionar algumas relações infelizes colocadas em seu texto. Mas cabe lembrar que o companheiro Petterson sempre defendeu a luta contra a homofobia nos espaços do DCE, como enviou solicitações diversas vezes para defender a participação da entidade na luta do movimento do qual você faz parte. Seja qual for a sua decisão, lembre-se que ele foi um grande apoiador da sua causa. Coloque na balança essa complexidade de fatores anteriores e tome sua decisão. Vá à reunião do DCE, tente queimar essa última gordura com essa entidade que você tanto despreza e diz que é autoritária e veja realmente como os indivíduos se comportarão com o novo fato ocorrido.
Agora cabe fazer algumas ponderações quanto as acusações sem fundamento lógico nos questionamentos que você faz. Vou tratar de responder aquelas nas quais estive presente. Não posso responder em relação ao REUNI e a UMES, porque eram outros C.A's e cheguei depois na universidade. Existem questões que não competem a nós responder porque somos de outra geração. Quanto a prestação de contas, veja com o Daniel Gonzaga que ele te passa todas as informações sobre a prestação atual.
Dado os esclarecimentos, vamos começar: primeiro quanto ao campus de Piumhi-MG. Sabe como fiquei sabendo da possível implementação do campus? Por causa do meu pai! E sou conselheiro universitário! E era para ser aprovado em três semanas! Para mim, o CEB já é um espaço deliberativo legítimo para tirar esse posicionamento,pois se assemelha a uma assembléia (todos os estudantes podem participar) e que a lógica de aprovação desse campus não seguia o tempo da Universidade e não era proveitoso. E vamos a discussão do mérito: para que mais um campus de extensão, sabendo que as bandeiras internas da Sede e dos campi avançado ainda não foram conquistadas, ou seja, prioridades que os estudantes tiraram em plebiscitos (como o que foi realizado em 2007, que foi o motivo da ocupação da reitoria, onde os estudantes se posicionaram a favor do R.U. como prioridade)? Para que realizar uma expansão tão longe da sede? Por uma questão lógica, os CA's foram contra, levaram suas discussões para os seus cursos e assim se posicionaram democraticamente. Ou você seria favorável a aprovação do campus?
Acho que quem deveria assumir o debate público é a administração da universidade e convocar mais discussões, para que assim haja a possibilidade dos estudantes tirarem seu posicionamento ouvindo diversas opiniões a respeito. Por isso os CA's não acharam que deveria haver assembleia. Não porque não quiseram, mas por uma questão de bom senso em relação ao tempo definido. Nisso acho que nós dois concordamos: é necessário movimentar o espaço público da UFSJ (você concorda nisso, eu tento acreditar), que se mantém hipertrofiado por causa de uma lógica de representação que deve ser superada (você discorda disso, porque defendeu a posição dos conselheiros, gerando uma contradição no seu argumento).
Sete Lagoas foi outra questão lógica. Aprovar um campus em duas semanas? Como realizar assembléias de estudantes em duas semanas? Como garantir o quórum e a conscientização em duas semanas? Quem deveria ter puxado um debate público sobre Sete Lagoas e não o fez foi a reitoria, que quis decidir mais uma vez tudo por cima no CONSU e não conseguiu. Depois de um tempo de debate, os estudantes não foram contra a aprovação do campus, mas foram contra aquele tempo e foram contrários a aprovação de algo tão rápido e que se assemelhava ao caos vivido por Divinópolis - campus aberto sem sequer ter portas no banheiro! Você seria favorável a aprovação de um campus em duas semanas? Ou seja, essa notícia que você tem espalhado no CSL é uma inverdade e é antiética, porque assumem o posicionamento da reitoria para se colocarem como "democraticos", em contraposição aos "autoritários xiitas" do DCE.
Sobre as cotas. O DCE fez um debate acalorado sobre a questão em 2009, com um conflito claro nos seus posicionamentos, exigindo os debates publicos com posicionamentos divergentes. Inclusive fomos OS ÚNICOS a colocarem numa mesa de debate do DCE posicionamentos contrários a ideia das cotas, que foi feito no Campus Dom Bosco, no qual eu fui o mediador. Os debates promovidos pela reitoria não eram debates, e sim palestras daqueles que defendiam as cotas, pois não havia ninguem contrário em suas mesas. Deliberamos no CEB, diante das divergências,a necessidade de ter ASSEMBLÉIAS nos espaços deliberativos dos Centros Acadêmicos.No CA de História, por exemplo, eu e o Marcos, antigo conselheiro universitário, defendemos posições contrárias.
Só quem entende a democracia participativa e de base, na qual os estudantes de todos os cursos podem se posicionar no seu espaço de atuação entendem isso, coisa que aqueles que defendm o simples desejo de elegerem chefes jamais entenderão. Essas acusações feitas por você são feias demais. Me senti acusado, nas suas palavras, de ser chamado de homofóbico também. Pois, como você bem diz, "quero um dce livre de homofobia". Eu sou do DCE e não sou homofóbico, portanto, não quero que a entidade que defendo seja acusada tão feiamente disso...
Mais feio ainda tem sido os rumores espalhados nos corredores de que um familiar meu seria candidato à reitoria. É muito interessante ver que o uso da ferramenta da vitimização é utilizada, mas vocês não pensam que também cometem certas irresponsabilidades para criminalizar pessoas que desejam discutir a universidade, tratando-as simplesmente como bonecos manipuláveis e que só “fazem política” em torno de interesses pessoais escusos. Tal ação nos coloca direta ou indiretamente na posição de burro, esquecendo o que já fizemos academicamente e autonomamente na instituição, sem a necessidade de aprovação de familiar ou professor algum. Então, já que a palavra é ética, busque compreendê-la e fazer a autocrítica na sua prática durante esse mês...
Todas essas exclamações são para representar o espanto com que as coisas são feitas na universidade,e com muita celeridade,como você pôde perceber e apoiou a decisão do conselho Universitário! Assembléia exige tempo,e, num mês conturbado que nem esse, conseguimos tirar mais de 2 mil assinaturas a favor do debate com todos os estudantes, garantindo o espaço para vocês e o DCE se posicionarem, que foram desrespeitadas por alguns conselheiros e pelo reitor que você defendeu durante esse mês.
O DCE não tem medo do debate. Veja o que foi a calourada política, por exemplo. Aquele espaço foi uma Assembléia que tirou bandeiras e trabalhou as necessidades básicas dos estudantes. Foi tirado diversos posicionamentos, que contou, em uma de suas mesas, com um representante da Divisão de Assuntos Estudantis, o Juninho, que para mim fez um ótimo trabalho representando a administração e podendo esclarecer o que tem sido feito para a Assistência Estudantil. Uma pena que vocês não estiveram presentes...
Quem defende a democracia na UFSJ é a entidade representativa dos estudantes, que questiona a forma da votação no Conselho Universitário, sem discussões nos departamentos; que já se mostrou indignado com relação às práticas clientelistas, das trocas de favores na instituição; que se mostra disposto, e sem medo algum, a encarar o autoritarismo e a censura da reitoria, que tem enviado ordens para retirar os cartazes daqueles contrários aos seus posicionamentos dos murais da universidade, numa atitude ditatorial; que foi contra a presença de seguranças num espaço público; que foi a favor da ampliação da reunião do Conselho Universitário, para que todas as pessoas pudessem acompanhar o debate, evitando tensionamentos. Todas essas bandeiras, que vocês foram contrários, infelizmente. Desrespeitar os espaços de deliberação do movimento estudantil, sem sequer tentar fazer sua voz ser ouvida, buscando outros agentes para reproduzir suas idéias é muito fácil. Ir discutir semanalmente a pauta dos estudantes é um negócio difícil mesmo. A democracia realmente é demorada. O que disse para um Conselheiro serve também para você: “golpe na entidade dos outros, é refresco!”.
Caro Carlos,
Chegou a hora de fazer a defesa de alguns pontos. Nunca quis respondê-lo na internet, porque achei que você encararia o debate público feito no CONSU nas Assembléias agendadas pelo DCE UFSJ. Mas agora um texto urge necessário para dar algumas respostas à comunidade acadêmica através da rede digital.
Primeiro, quero que você vá ao espaço legítimo do DCE para questionar a representatividade do Petterson, pois acredito que você vai ser respeitado no CEB. Peço encarecidamente que você esteja presente. Se você é um estudante e, portanto, membro do DCE, deve obrigatoriamente expressar sua indignação neste espaço legítimo. Certamente vários companheiros vão entender essa questão. Eu seria um deles. Se você quer acabar com o preconceito da homofobia, que para mim é legítimo, inicie o seu abrindo a cabeça para entender qual é o nosso espaço sem preconceitos também. E tenho certeza que muitos não vão tolerar o texto do Petterson, como tem ocorrido numa lista de e-mails aberta para qualquer estudante participar e que já tem mais de 200 assinaturas de representantes de diversos cursos. E vão também questionar algumas relações infelizes colocadas em seu texto. Mas cabe lembrar que o companheiro Petterson sempre defendeu a luta contra a homofobia nos espaços do DCE, como enviou solicitações diversas vezes para defender a participação da entidade na luta do movimento do qual você faz parte. Seja qual for a sua decisão, lembre-se que ele foi um grande apoiador da sua causa. Coloque na balança essa complexidade de fatores anteriores e tome sua decisão. Vá à reunião do DCE, tente queimar essa última gordura com essa entidade que você tanto despreza e diz que é autoritária e veja realmente como os indivíduos se comportarão com o novo fato ocorrido.
Agora cabe fazer algumas ponderações quanto as acusações sem fundamento lógico nos questionamentos que você faz. Vou tratar de responder aquelas nas quais estive presente. Não posso responder em relação ao REUNI e a UMES, porque eram outros C.A's e cheguei depois na universidade. Existem questões que não competem a nós responder porque somos de outra geração. Quanto a prestação de contas, veja com o Daniel Gonzaga que ele te passa todas as informações sobre a prestação atual.
Dado os esclarecimentos, vamos começar: primeiro quanto ao campus de Piumhi-MG. Sabe como fiquei sabendo da possível implementação do campus? Por causa do meu pai! E sou conselheiro universitário! E era para ser aprovado em três semanas! Para mim, o CEB já é um espaço deliberativo legítimo para tirar esse posicionamento,pois se assemelha a uma assembléia (todos os estudantes podem participar) e que a lógica de aprovação desse campus não seguia o tempo da Universidade e não era proveitoso. E vamos a discussão do mérito: para que mais um campus de extensão, sabendo que as bandeiras internas da Sede e dos campi avançado ainda não foram conquistadas, ou seja, prioridades que os estudantes tiraram em plebiscitos (como o que foi realizado em 2007, que foi o motivo da ocupação da reitoria, onde os estudantes se posicionaram a favor do R.U. como prioridade)? Para que realizar uma expansão tão longe da sede? Por uma questão lógica, os CA's foram contra, levaram suas discussões para os seus cursos e assim se posicionaram democraticamente. Ou você seria favorável a aprovação do campus?
Acho que quem deveria assumir o debate público é a administração da universidade e convocar mais discussões, para que assim haja a possibilidade dos estudantes tirarem seu posicionamento ouvindo diversas opiniões a respeito. Por isso os CA's não acharam que deveria haver assembleia. Não porque não quiseram, mas por uma questão de bom senso em relação ao tempo definido. Nisso acho que nós dois concordamos: é necessário movimentar o espaço público da UFSJ (você concorda nisso, eu tento acreditar), que se mantém hipertrofiado por causa de uma lógica de representação que deve ser superada (você discorda disso, porque defendeu a posição dos conselheiros, gerando uma contradição no seu argumento).
Sete Lagoas foi outra questão lógica. Aprovar um campus em duas semanas? Como realizar assembléias de estudantes em duas semanas? Como garantir o quórum e a conscientização em duas semanas? Quem deveria ter puxado um debate público sobre Sete Lagoas e não o fez foi a reitoria, que quis decidir mais uma vez tudo por cima no CONSU e não conseguiu. Depois de um tempo de debate, os estudantes não foram contra a aprovação do campus, mas foram contra aquele tempo e foram contrários a aprovação de algo tão rápido e que se assemelhava ao caos vivido por Divinópolis - campus aberto sem sequer ter portas no banheiro! Você seria favorável a aprovação de um campus em duas semanas? Ou seja, essa notícia que você tem espalhado no CSL é uma inverdade e é antiética, porque assumem o posicionamento da reitoria para se colocarem como "democraticos", em contraposição aos "autoritários xiitas" do DCE.
Sobre as cotas. O DCE fez um debate acalorado sobre a questão em 2009, com um conflito claro nos seus posicionamentos, exigindo os debates publicos com posicionamentos divergentes. Inclusive fomos OS ÚNICOS a colocarem numa mesa de debate do DCE posicionamentos contrários a ideia das cotas, que foi feito no Campus Dom Bosco, no qual eu fui o mediador. Os debates promovidos pela reitoria não eram debates, e sim palestras daqueles que defendiam as cotas, pois não havia ninguem contrário em suas mesas. Deliberamos no CEB, diante das divergências,a necessidade de ter ASSEMBLÉIAS nos espaços deliberativos dos Centros Acadêmicos.No CA de História, por exemplo, eu e o Marcos, antigo conselheiro universitário, defendemos posições contrárias.
Só quem entende a democracia participativa e de base, na qual os estudantes de todos os cursos podem se posicionar no seu espaço de atuação entendem isso, coisa que aqueles que defendm o simples desejo de elegerem chefes jamais entenderão. Essas acusações feitas por você são feias demais. Me senti acusado, nas suas palavras, de ser chamado de homofóbico também. Pois, como você bem diz, "quero um dce livre de homofobia". Eu sou do DCE e não sou homofóbico, portanto, não quero que a entidade que defendo seja acusada tão feiamente disso...
Mais feio ainda tem sido os rumores espalhados nos corredores de que um familiar meu seria candidato à reitoria. É muito interessante ver que o uso da ferramenta da vitimização é utilizada, mas vocês não pensam que também cometem certas irresponsabilidades para criminalizar pessoas que desejam discutir a universidade, tratando-as simplesmente como bonecos manipuláveis e que só “fazem política” em torno de interesses pessoais escusos. Tal ação nos coloca direta ou indiretamente na posição de burro, esquecendo o que já fizemos academicamente e autonomamente na instituição, sem a necessidade de aprovação de familiar ou professor algum. Então, já que a palavra é ética, busque compreendê-la e fazer a autocrítica na sua prática durante esse mês...
Todas essas exclamações são para representar o espanto com que as coisas são feitas na universidade,e com muita celeridade,como você pôde perceber e apoiou a decisão do conselho Universitário! Assembléia exige tempo,e, num mês conturbado que nem esse, conseguimos tirar mais de 2 mil assinaturas a favor do debate com todos os estudantes, garantindo o espaço para vocês e o DCE se posicionarem, que foram desrespeitadas por alguns conselheiros e pelo reitor que você defendeu durante esse mês.
O DCE não tem medo do debate. Veja o que foi a calourada política, por exemplo. Aquele espaço foi uma Assembléia que tirou bandeiras e trabalhou as necessidades básicas dos estudantes. Foi tirado diversos posicionamentos, que contou, em uma de suas mesas, com um representante da Divisão de Assuntos Estudantis, o Juninho, que para mim fez um ótimo trabalho representando a administração e podendo esclarecer o que tem sido feito para a Assistência Estudantil. Uma pena que vocês não estiveram presentes...
Quem defende a democracia na UFSJ é a entidade representativa dos estudantes, que questiona a forma da votação no Conselho Universitário, sem discussões nos departamentos; que já se mostrou indignado com relação às práticas clientelistas, das trocas de favores na instituição; que se mostra disposto, e sem medo algum, a encarar o autoritarismo e a censura da reitoria, que tem enviado ordens para retirar os cartazes daqueles contrários aos seus posicionamentos dos murais da universidade, numa atitude ditatorial; que foi contra a presença de seguranças num espaço público; que foi a favor da ampliação da reunião do Conselho Universitário, para que todas as pessoas pudessem acompanhar o debate, evitando tensionamentos. Todas essas bandeiras, que vocês foram contrários, infelizmente. Desrespeitar os espaços de deliberação do movimento estudantil, sem sequer tentar fazer sua voz ser ouvida, buscando outros agentes para reproduzir suas idéias é muito fácil. Ir discutir semanalmente a pauta dos estudantes é um negócio difícil mesmo. A democracia realmente é demorada. O que disse para um Conselheiro serve também para você: “golpe na entidade dos outros, é refresco!”.
Dilma, o que você está fazendo? Há porqueres...
20/04/2011 - 14:10 | Agência Brasil/Luciana Lima | Brasília
Com a decisão da comissão, o governo brasileiro terá até o dia 26 de abril para responder à medida cautelar que solicita a paralisação do projeto de Belo Monte até que sejam ouvidas as comunidades indígenas que vivem na região. O prazo inicial dado pela CIDH para a resposta era de 15 dias e terminou na segunda-feira (18/04).
Além de ouvir os índios, a decisão da CIDH pede que os estudos de impacto ambiental, apresentado aos índios, sejam traduzidos para a língua indígena e que o Brasil adote medidas “vigorosas e abrangentes” a fim de proteger a vida dos integrantes das comunidades locais.
OEA dá mais oito dias para Brasil responder sobre Belo Monte
A CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos), órgão ligado à OEA (Organização dos Estados Americanos), deu mais oito dias para o governo brasileiro se manifestar sobre medida cautelar que pede a suspensão do processo de licenciamento da Usina de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. De acordo com a CIDH, a ampliação do prazo atende ao pedido feito pelo governo.Com a decisão da comissão, o governo brasileiro terá até o dia 26 de abril para responder à medida cautelar que solicita a paralisação do projeto de Belo Monte até que sejam ouvidas as comunidades indígenas que vivem na região. O prazo inicial dado pela CIDH para a resposta era de 15 dias e terminou na segunda-feira (18/04).
Além de ouvir os índios, a decisão da CIDH pede que os estudos de impacto ambiental, apresentado aos índios, sejam traduzidos para a língua indígena e que o Brasil adote medidas “vigorosas e abrangentes” a fim de proteger a vida dos integrantes das comunidades locais.
sexta-feira, 22 de abril de 2011
A Cidade Livre de Christiania - Não querem Democracia?
Por Thiago Zoroastro
22 de Abril de 2011 - 19:22
Esse é um exemplo de Democracia Participativa, não um texto que serve de base para dizer que "A Defensora" defende ideais anarquistas. A Democracia pode ter várias configurações, sendo representativa, participativa e/ou direta. Nesse texto trata de uma democracia participativa baseada em assembléias mas sem indício algum de hierarquias, nem mesmo de cargos mínimos.
A Defensora surge para divulgar as ideias sobre Democracia Participativa em diversas instâncias, desde dentro das universidades até na sociedade. Voto nulo porque não quero dar o direito a alguém de votar o próprio aumento de salário enquanto as condições de trabalho e salários de professores continuam ruins. Para a melhoria de nossa sociedade não é preciso enfatizar as leis, mas acreditar na educação. E, havendo condições ruins para a educação, o Brasil não irá emergir.
Existe uma cidade na Dinamarca que todas as ações em prol da cidade são decididas em Assembléias. Segundo Wéliton, (foi da banda de punk Agravantes e hoje toca na Cia Bougainville) que mora no bairro Caieiras em São João Del Rei, cada casa pode ter o poder de um voto, mas as assembléias são abertas para todos. Sendo uma cidade de 2 mil habitantes (10 mil, segundo algumas fontes), ela é autogerida pela ação direta dos próprios moradores.
Cristiania não tem prefeito, não tem eleição e funciona sem governo, sem imposição de leis que controlem a organização social. A lenda da cidade-livre da Dinamarca é real: inspirada no Anarquismo, Christiania resiste há mais de 20 anos, inventando um jeito novo de conviver com os problemas da vida comunitária. Limpeza das ruas, rede de esgoto, manutenção dos serviços básicos, tudo é decidido e feito a partir de reuniões entre os moradores da cidade.
Eles se definem como uma comunidade ecologicamente orientada, com uma economia discreta e muita autogestão, sem hierarquia estabelecida e o máximo de liberdade e poder para o indivíduo. Uma verdadeira democracia popular direta, onde o bom senso e o diálogo substituem as leis. No Brasil, poucos conhecem a história da cidade-livre.
Christiania começou a escrever sua história em 1971. Foi a partir das idéias de um jornal alternativo, o Head Magazine, que um grupo de pessoas, de idades e classes sociais variadas, decidiu ocupar os barracos de uma área militar desativada na periferia de Copenhagen. Era o início de uma luta incansável contra o Estado. A polícia tentou várias vezes expulsar os invasores da área, mas sem sucesso. Christiania virou um problema político, sendo discutida no parlamento dinamarquês. A primeira vitória veio com o reconhecimento da cidade-livre como um "experimento social", em troca do pagamento das contas de luz e água, até então a cargo dos militares, proprietários da área. O Parlamento decidiu que o experimento Christiania continuaria até a conclusão de um concurso público destinado a encontrar usos para a área ocupada.
Ação Direta
Os moradores da Christiania fazem questão de ser uma pedra no sapato do capitalismo. Eles não se contentam apenas em incomodar os valores tradicionais da sociedade européia com a vida alternativa que levam. Christiania também desenvolve várias atividades com o objetivo de contestar o sistema capitalista e divulgar as idéias anarquistas.
Leia na Íntegra: Christiania: a prova de que anarquia não é utopia
Acredito na assembléia como um modo de fazer política sem ser político. Acredito que reuniões que chamem a todos para discutir os problemas da sociedade sejam muito mais eficientes do que eleger representantes porque uma reunião de 40 pessoas é muito mais significativo (em abordar problemas, discutir soluções e debater filosofia) do que eleger 5 representantes que se dizem oniscientes de todos os problemas a se resolverem. Afinal, numa cidade que se elege Vereadores que estejam longe dos problemas sociais jamais superará suas dificuldades, dada a falta de onipresença das atividades sociais. Pois, uma vez que políticos ganham muito para (entre outras coisas, não precisar de trabalhar todos os dias) agir como um cidadão ciente dos problemas sociais, nem sempre ficam cientes no que se deve melhorar por estarem longe das partes deficientes. Cada parte deve ter seus participantes, porque só assim o Estado estará mais perto do que ele deve zelar.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Por que ser contra eleições diretas para representantes dos estudantes no Conselho Superior?
Porque essas eleições se tornariam um palanque para carreiristas, que sem interesse nenhum pelo bem da Universidade se candidatarão para crescerem eleitoralmente, preparando o terreno para as eleições de vereadores de 2012.
Porque teríamos candidatos comprando votos, sujando as ruas e sobretudo os campus, fazendo demagogia, apelos emocionais, apelos partidários, e candidatos palhaços, tanto para denunciar a farsa eleitoral quanto para se promoverem.
Porque os pré-candidatos a vereança que porventura se elegessem, transformariam as reuniões do Conselho Universitário em palanques, uns se vendendo, outros brigando até com a própria sombra.
Porque em eleições semelhantes no formato às de vereadores, teríamos uma representação estudantil semelhante à das câmaras de vereadores, que no país todo são submissas aos prefeitos (o sonho do reitor).
Porque qualquer reitor, assim como os partidos, lançaria candidatos explicitamente ou não, de forma a ter conselheiros dóceis.
Porque seriam eleitos estudantes que não têm qualquer ligação com o movimento estudantil, que não conhecem o histórico de lutas, que não têm compromisso com organizar o estudantado.
Porque representantes assim eleitos se sentem independentes das bases, donos de um mandato, com o qual poderiam fazer o que quiserem.
Porque representantes assim eleitos se dividiriam sempre, enfraquecendo os estudantes, visto que com os poderes que entrariam em disputa, a reitoria e partidos ricos, é certo que as cadeiras dos estudantes seriam divididas.
Porque o movimento estudantil fora do Conselho Superior teria que recorrer mais a ocupações e outras ações trabalhosas.
Porque a forma atual de escolher os representantes estudantis está eficiente, tanto que incomodou o reitor e tornou tais representações importantes a ponto de serem cobiçadas pelos pré-candidatos a vereadores de certos partidos.
Pela forma atual, as eleições são diretas para os representantes de cada curso, que são os Centros Acadêmicos, pois por pior que seja a diretoria de um CA, ela está nas mesmas salas de aula que nós. E nas eleições de CAs o dinheiro e a criação de imagens fictícias de candidatos não funcionam bem. São os CAs, portanto, que devem indicar, depor e substituir os estudantes para o Conselho Universitário.
O autoritarismo do Reitor
Circulam conversas que o reitor cogita sair candidato a prefeito de São João del Rei pelo PT, e já está mesmo dando mostras de autoritarismo, pois não suporta a existência de uma minoria discordante no Conselho Universitário. Já em 2010 ele pressionou os Centros Acadêmicos a indicarem representantes dóceis para o Conselho, ameaçando cortar verbas já combinadas e ao não ser obedecido pelos Centros Acadêmicos ele realmente cortou as verbas, dando mais uma prova de que não diferencia muito bem recursos públicos de particulares. Em 2011 ele se aliou a um pré-candidato a vereador, do mesmo partido que até 2004 controlava o DCE, e propuseram eleições diretas para os representantes estudantis no Conselho Universitário.
Contudo, apesar de levantarem uma bandeira tão óbvia e de tão grande aceitação, os inimigos do poder dos Centros Acadêmicos temem o debate, e não estão aceitando que Assembléias de estudantes, uma em cada campus, já marcadas, decidam se os representantes estudantis continuarão indicados pelos Centros Acadêmicos ou se passarão a ser eleitos em eleições mafiosas. Em reunião do Conselho Universitário de 18 de Abril, o reitor utilizou regime de urgência para votar, em uma sala fechada, um novo estatuto da UFSJ em que não são os Centros Acadêmicos que escolhem os representantes no Conselho Universitário, sem esperar as assembléias dos estudantes, e quando estes ocuparam a sala de reuniões e impediram a votação, ele, em um ato de desespero, decidiu que o projeto havia sido votado e aprovado, sem nem saber quem votava a favor ou contra (até agora alguns conselheiros não sabem em que votaram).
Quem perde com essa reforma do estatuto da UFSJ?
De 1999 a 2004 o DCE UFSJ foi controlado por um partido político, no caso, pelo PT. Neste período foi usado para eleger um deputado federal em 2002 e um vereador em 2000, que depois veio a se tornar vice-prefeito de São João del Rei numa aliança com o PSDB (2004).
Os estudantes não ganharam nada. Os panfletos do DCE deste período traziam sempre um destes políticos em sua capa.
Desde 2004, o DCE é dirigido pelos Centros e Diretórios Acadêmicos por meio do Conselho das entidades de base. Desde então, tem tido estudantes de variados partidos neste conselho (tanto de direita quanto de esquerda), além de uma grande maioria de estudantes que não tem partido.
De 2004 pra cá, o DCE UFSJ obteve diversas conquistas, como por exemplo: carteirinha estudantil gratuita para todos (2005); redução dos preços da cantina (2005); Redução do preço do “xerox” de R$ 0,09 para R$ 0,07 (2007); recursos para financiar alimentação de estudantes carentes, garantidos por uma ocupação da reitoria (2008); garantia de mínimas condições no campus de Divinópolis, apoiando a greve dos estudantes deste campus (2008); influência na não aprovação do campus Piumhi, que se tratava da “salvação” de uma faculdade privada (de propriedade do mais rico empresário deste município) que não oferecia mínimas condições de ensino (2010).
Estes são exemplos que mostram um movimento feito por estudantes e para estudantes. No entanto, isso não agrada a todos. Lembra daqueles políticos que foram eleitos graças ao DCE? Eles querem o controle da entidade de volta. Como? Defendendo a volta das eleições diretas primeiro para o Conselho Universitário, e depois para o DCE, do mesmo jeitinho que funcionava antes de 2004. E porque? Nestas eleições uma diretoria ganha e faz o que bem quiser com o DCE por um ano, que no plano deles é exatamente o ano das eleições municipais, sem controle dos estudantes. Além do mais, o dinheiro é determinante nestas eleições, diferente do que ocorre hoje nas eleições para CA’s e DA’s. Assim, fica fácil para um partido ganhar a entidade. Pergunte a uma amiga ou amigo de outra Universidade como funciona o DCE de lá e verão como as entidades são dominadas por um ou partido X ou Y.
As eleições diretas permitem que centenas de DCEs e milhares de sindicatos sejam parasitados no Brasil. É chegada a hora de denunciar e enxotar os parasitas.
PELA REVOGABILIDADE DO MANDATO DO REITOR!
André Luan Nunes Macedo- membro da Sociedade Defensora do Poder äs Entidades de Base
O reitor da Universidade Federal de São João del-Rei, nos últimos três anos, mostrou que em seu mandato, mesmo sendo eleito pela comunidade universitária, não é tão unânime assim. Nenhum cidadão universitário imaginou que seria tão traído!!! A história mostra ataques ferrenhos à comunidade e à democracia universitária desde 2008, o que gerou a ocupação da reitoria, naquele ano. As praticas autoritárias continuam e em 2011 assistimos a um ATAQUE INACEITÁVEL contra os CENTROS ACADÊMICOS. Por isso, seria imprescindível obtermos instrumentos institucionais que o tirassem do cargo que os grupos dominantes o colocaram, revogando o seu mandato.
Por quê? Será que a comunidade agüenta sua “mão de ferro” para aprovar tão aceleradamente no Conselho Universitário – órgão máximo de deliberação na Universidade - uma parceria com as Universidades Federais do Sul e Sudeste de Minas, conhecida pela sociedade como “Superuniversidade”? Será que a comunidade agüentaria uma aprovação tão acelerada, como ele próprio quis e não conseguiu aprovar, o Campus avançado de Piumhi? Será que a comunidade deve agüentar sua autocracia com os campi avançados, como ocorreu com os professores de Ouro Branco? Será que a comunidade universitária é capaz de agüentar tamanho autoritarismo contra os Centros Acadêmicos, impondo a cada curso em qual estudante deve estar ao seu lado no Conselho Universitário? Seria aceitável ele próprio fazer telefonemas para os conselheiros docentes no domingo, antes das reuniões do CONSU e, numa atitude antidemocrática, impor o seu posicionamento para eles? Por quê tanta barbárie? O que tem contribuído para tamanho clientelismo dentro da Universidade, espaço singular na sociedade brasileira para o embate de idéias e concepções?
É por essas e outras práticas autoritárias que nós, estudantes e cidadãos preocupados com a Universidade Federal de São João Del-Rei, exigimos o controle do poder do maior representante de nossa instituição. Pedimos um PLEBISCITO para CHECAR SE O MANDATO DO PROFESSOR HELVÉCIO LUIS REIS CONTINUA TENDO A MESMA LEGITIMIDADE E ACEITAÇÃO AOS OLHOS DAQUELES QUE O ELEGERAM.
PELA REVOGABILIDADE DO MANDATO DO REITOR DA UFSJ!
PELA DEMOCRACIA UNIVERSITÁRIA!
SOCIEDADE DEFENSORA DO PODER ÀS ENTIDADES DE BASE
20 DE ABRIL DE 2011
O reitor da Universidade Federal de São João del-Rei, nos últimos três anos, mostrou que em seu mandato, mesmo sendo eleito pela comunidade universitária, não é tão unânime assim. Nenhum cidadão universitário imaginou que seria tão traído!!! A história mostra ataques ferrenhos à comunidade e à democracia universitária desde 2008, o que gerou a ocupação da reitoria, naquele ano. As praticas autoritárias continuam e em 2011 assistimos a um ATAQUE INACEITÁVEL contra os CENTROS ACADÊMICOS. Por isso, seria imprescindível obtermos instrumentos institucionais que o tirassem do cargo que os grupos dominantes o colocaram, revogando o seu mandato.
Por quê? Será que a comunidade agüenta sua “mão de ferro” para aprovar tão aceleradamente no Conselho Universitário – órgão máximo de deliberação na Universidade - uma parceria com as Universidades Federais do Sul e Sudeste de Minas, conhecida pela sociedade como “Superuniversidade”? Será que a comunidade agüentaria uma aprovação tão acelerada, como ele próprio quis e não conseguiu aprovar, o Campus avançado de Piumhi? Será que a comunidade deve agüentar sua autocracia com os campi avançados, como ocorreu com os professores de Ouro Branco? Será que a comunidade universitária é capaz de agüentar tamanho autoritarismo contra os Centros Acadêmicos, impondo a cada curso em qual estudante deve estar ao seu lado no Conselho Universitário? Seria aceitável ele próprio fazer telefonemas para os conselheiros docentes no domingo, antes das reuniões do CONSU e, numa atitude antidemocrática, impor o seu posicionamento para eles? Por quê tanta barbárie? O que tem contribuído para tamanho clientelismo dentro da Universidade, espaço singular na sociedade brasileira para o embate de idéias e concepções?
É por essas e outras práticas autoritárias que nós, estudantes e cidadãos preocupados com a Universidade Federal de São João Del-Rei, exigimos o controle do poder do maior representante de nossa instituição. Pedimos um PLEBISCITO para CHECAR SE O MANDATO DO PROFESSOR HELVÉCIO LUIS REIS CONTINUA TENDO A MESMA LEGITIMIDADE E ACEITAÇÃO AOS OLHOS DAQUELES QUE O ELEGERAM.
PELA REVOGABILIDADE DO MANDATO DO REITOR DA UFSJ!
PELA DEMOCRACIA UNIVERSITÁRIA!
SOCIEDADE DEFENSORA DO PODER ÀS ENTIDADES DE BASE
20 DE ABRIL DE 2011
terça-feira, 19 de abril de 2011
Hoje: Reunião da Sociedade Defensora do Poder às Entidades de Base
Convidamos a todos os interessados para uma reunião da DEFENSORA que acontecerá hoje, dia 19 de abril - 19 horas - no campus Dom Bosco da UFSJ.
PAUTA:
- Aprovação da CARTA MANIFESTO DA DEFENSORA
- Discussão de um jornal de resposta aos ataques da reitoria UFSJ
Sammer Siman
Secretário de articulação interino da DEFENSORA
PAUTA:
- Aprovação da CARTA MANIFESTO DA DEFENSORA
- Discussão de um jornal de resposta aos ataques da reitoria UFSJ
Sammer Siman
Secretário de articulação interino da DEFENSORA
Faça parte da Sociedade Defensora
Deixe nos Comentários seu nome e e-mail, para que entremos em contato.
Ata de Fundação
Ao dia 19 de Abril de 2011 nós abaixo assinados, reunidos em São João del-Rei, criamos a Sociedade Defensora do Poder às Entidades de Base, aberta a todo e qualquer indivíduo ou organização que defendam o princípio estabelecido no nome. Elegemos provisoriamente, até o estabelecimento de um estatuto, como presidente Daniel Gonzaga Miranda; como vice-presidente Pedro Henrique Pereira Mendonça; como comissão organizadora do Congresso Estatuinte Rafael Monteiro de Mattos, Alex Lombello Amaral e André Luan Nunes Macedo; como secretário de articulação Sammer Daher Siman; como secretário de comunicação Alex Lombello Amaral; como secretária de organização Luisa Lima Vilela. Marcamos como prazo para o Congresso Estatuinte um ano a partir de hoje.
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