Por Thiago Zoroastro
22 de Abril de 2011 - 19:22
Esse é um exemplo de Democracia Participativa, não um texto que serve de base para dizer que "A Defensora" defende ideais anarquistas. A Democracia pode ter várias configurações, sendo representativa, participativa e/ou direta. Nesse texto trata de uma democracia participativa baseada em assembléias mas sem indício algum de hierarquias, nem mesmo de cargos mínimos.
A Defensora surge para divulgar as ideias sobre Democracia Participativa em diversas instâncias, desde dentro das universidades até na sociedade. Voto nulo porque não quero dar o direito a alguém de votar o próprio aumento de salário enquanto as condições de trabalho e salários de professores continuam ruins. Para a melhoria de nossa sociedade não é preciso enfatizar as leis, mas acreditar na educação. E, havendo condições ruins para a educação, o Brasil não irá emergir.
Existe uma cidade na Dinamarca que todas as ações em prol da cidade são decididas em Assembléias. Segundo Wéliton, (foi da banda de punk Agravantes e hoje toca na Cia Bougainville) que mora no bairro Caieiras em São João Del Rei, cada casa pode ter o poder de um voto, mas as assembléias são abertas para todos. Sendo uma cidade de 2 mil habitantes (10 mil, segundo algumas fontes), ela é autogerida pela ação direta dos próprios moradores.
Cristiania não tem prefeito, não tem eleição e funciona sem governo, sem imposição de leis que controlem a organização social. A lenda da cidade-livre da Dinamarca é real: inspirada no Anarquismo, Christiania resiste há mais de 20 anos, inventando um jeito novo de conviver com os problemas da vida comunitária. Limpeza das ruas, rede de esgoto, manutenção dos serviços básicos, tudo é decidido e feito a partir de reuniões entre os moradores da cidade.
Eles se definem como uma comunidade ecologicamente orientada, com uma economia discreta e muita autogestão, sem hierarquia estabelecida e o máximo de liberdade e poder para o indivíduo. Uma verdadeira democracia popular direta, onde o bom senso e o diálogo substituem as leis. No Brasil, poucos conhecem a história da cidade-livre.
Christiania começou a escrever sua história em 1971. Foi a partir das idéias de um jornal alternativo, o Head Magazine, que um grupo de pessoas, de idades e classes sociais variadas, decidiu ocupar os barracos de uma área militar desativada na periferia de Copenhagen. Era o início de uma luta incansável contra o Estado. A polícia tentou várias vezes expulsar os invasores da área, mas sem sucesso. Christiania virou um problema político, sendo discutida no parlamento dinamarquês. A primeira vitória veio com o reconhecimento da cidade-livre como um "experimento social", em troca do pagamento das contas de luz e água, até então a cargo dos militares, proprietários da área. O Parlamento decidiu que o experimento Christiania continuaria até a conclusão de um concurso público destinado a encontrar usos para a área ocupada.
Ação Direta
Os moradores da Christiania fazem questão de ser uma pedra no sapato do capitalismo. Eles não se contentam apenas em incomodar os valores tradicionais da sociedade européia com a vida alternativa que levam. Christiania também desenvolve várias atividades com o objetivo de contestar o sistema capitalista e divulgar as idéias anarquistas.
Leia na Íntegra: Christiania: a prova de que anarquia não é utopia
Acredito na assembléia como um modo de fazer política sem ser político. Acredito que reuniões que chamem a todos para discutir os problemas da sociedade sejam muito mais eficientes do que eleger representantes porque uma reunião de 40 pessoas é muito mais significativo (em abordar problemas, discutir soluções e debater filosofia) do que eleger 5 representantes que se dizem oniscientes de todos os problemas a se resolverem. Afinal, numa cidade que se elege Vereadores que estejam longe dos problemas sociais jamais superará suas dificuldades, dada a falta de onipresença das atividades sociais. Pois, uma vez que políticos ganham muito para (entre outras coisas, não precisar de trabalhar todos os dias) agir como um cidadão ciente dos problemas sociais, nem sempre ficam cientes no que se deve melhorar por estarem longe das partes deficientes. Cada parte deve ter seus participantes, porque só assim o Estado estará mais perto do que ele deve zelar.
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