Porque essas eleições se tornariam um palanque para carreiristas, que sem interesse nenhum pelo bem da Universidade se candidatarão para crescerem eleitoralmente, preparando o terreno para as eleições de vereadores de 2012.
Porque teríamos candidatos comprando votos, sujando as ruas e sobretudo os campus, fazendo demagogia, apelos emocionais, apelos partidários, e candidatos palhaços, tanto para denunciar a farsa eleitoral quanto para se promoverem.
Porque os pré-candidatos a vereança que porventura se elegessem, transformariam as reuniões do Conselho Universitário em palanques, uns se vendendo, outros brigando até com a própria sombra.
Porque em eleições semelhantes no formato às de vereadores, teríamos uma representação estudantil semelhante à das câmaras de vereadores, que no país todo são submissas aos prefeitos (o sonho do reitor).
Porque qualquer reitor, assim como os partidos, lançaria candidatos explicitamente ou não, de forma a ter conselheiros dóceis.
Porque seriam eleitos estudantes que não têm qualquer ligação com o movimento estudantil, que não conhecem o histórico de lutas, que não têm compromisso com organizar o estudantado.
Porque representantes assim eleitos se sentem independentes das bases, donos de um mandato, com o qual poderiam fazer o que quiserem.
Porque representantes assim eleitos se dividiriam sempre, enfraquecendo os estudantes, visto que com os poderes que entrariam em disputa, a reitoria e partidos ricos, é certo que as cadeiras dos estudantes seriam divididas.
Porque o movimento estudantil fora do Conselho Superior teria que recorrer mais a ocupações e outras ações trabalhosas.
Porque a forma atual de escolher os representantes estudantis está eficiente, tanto que incomodou o reitor e tornou tais representações importantes a ponto de serem cobiçadas pelos pré-candidatos a vereadores de certos partidos.
Pela forma atual, as eleições são diretas para os representantes de cada curso, que são os Centros Acadêmicos, pois por pior que seja a diretoria de um CA, ela está nas mesmas salas de aula que nós. E nas eleições de CAs o dinheiro e a criação de imagens fictícias de candidatos não funcionam bem. São os CAs, portanto, que devem indicar, depor e substituir os estudantes para o Conselho Universitário.
Um comentário:
Digo mais: o reitor poderá facilmente financiar a campanha algum candidato que não tem ligação nenhuma com o movimento estudantil, de modo que eles possam alavancar suas futuras carreiras políticas além de se tornarem testa-de-ferro da reitoria, "lutando" assim não pelos direitos de quem eles representam, que são os estudantes.
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