Nos encontraremos amanhã, às 18h no campus dom bosco para discutirmos nossas próximas ações!
Grande abraço a todos!
terça-feira, 31 de maio de 2011
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Verbete Democracia, Vertente D. Participativa
Uma das vertentes que constituem o verbete Democracia
A Democracia Participativa
Dizem que a palavra Democracia tem origem no pensador grego Demócrito, um pré-socrático discípulo de Leucipo. Eles foram os primeiros a falar do atomismo. Atomismo é "a constituição das coisas por infinitas pedrinhas indivisíveis". A Democracia, no sentido "organização social", é o conjunto de indivíduos que participam da constituição do Todo. Indivíduo/Indivisível é portanto a sua representação pessoal submersa a todos os outros, e cada um ajudando e constituindo, pois afinal nessa teoria, Idealmente falando, não se pode ser uma célula nula, mas uma célula ativa e atuante no tecido social e na discussão em torno das leis que regem a sua sociedade.
No entanto, nem todos se interessam em participar de tais questões políticas. Fazer política é participar dessas discussões em torno das convenções sociais(ou de um grupo num lugar determinado, como aqui na UFSJ), e mesmo que seja o dever de cada um atuar e movimentar, é claro que a área de muitos são outras e portanto não tem que ser obrigatório participar das discussões da polis, embora seja interessante acompanhar, ou nem isso.
O problema de eleger representantes é que se cria patamares na pirâmide de importância social. E quando se tem níveis verticais de importância de um indivíduo, como é a obsoleta (operacionalmente falando) democracia representativa brasileira, você dá a liberdade para algum indivíduo (que às vezes torna-se político corrupto e de interesses pessoais) atuar no patamar de cima sem ligar a mínima para as suas necessidades e reivindicações. Eleger políticos no Brasil também é o risco de dar o poder para certos políticos que não tem o mínimo conhecimento de leis, necessidades básicas e qualquer outro tipo de problema social a se resolver. Alguns políticos, morando em casas longe dos problemas sociais, nem são cientes do que se deve melhorar.
Por isso que é importante haver um órgão político na universidade, de pessoas que exerçam o poder político nivelado horizontalmente e que cada um tenha a sua importância fundamental, se assim o quiser exercer. Afinal, há a liberdade de exercer ou não. E mesmo que 95% não exerça tal função (pois pelo contrário a CEB deveria ser no pátio do campus), é mais justo e democrático que esses 5% sejam partículas ativas do que eleger 12 ou 15 pessoas ou sei lá quantos pouquíssimos vetores para agir no topo da pirâmide.
Afinal, entidades de base é um modo de manter o Estado extendido operacionalmente a todos os lugares, até aos longínquos. A necessidade de participação em Assembléias e Conselhos de Entidades de Base deverá se tornar uma cultura, e a sociedade ficará menos hierarquizada, sem no entanto haver corrompimento da organização necessária do Estado. O que estará em jogo é a mobilidade que cada um tem de ter para fazer pela sociedade, que trata do modo de organização de indivíduos, que compreendem uma Ecopolítica que engloba as necessidades de se discutir onde e como agir coletivamente.
Sejam críticos e construam pontos de vista sobre o texto de maneira que concordem e discordem sobre diversos aspectos, pois só pelo conhecimento coletivo é que um saber será democrático.
Afinal, entidades de base é um modo de manter o Estado extendido operacionalmente a todos os lugares, até aos longínquos. A necessidade de participação em Assembléias e Conselhos de Entidades de Base deverá se tornar uma cultura, e a sociedade ficará menos hierarquizada, sem no entanto haver corrompimento da organização necessária do Estado. O que estará em jogo é a mobilidade que cada um tem de ter para fazer pela sociedade, que trata do modo de organização de indivíduos, que compreendem uma Ecopolítica que engloba as necessidades de se discutir onde e como agir coletivamente.
Sejam críticos e construam pontos de vista sobre o texto de maneira que concordem e discordem sobre diversos aspectos, pois só pelo conhecimento coletivo é que um saber será democrático.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
196 a 6 foi o placar em Ouro Branco contra as eleições diretas
Com isso, o Diretório Central dos Estudantes dirigido pelas entidades de base já somou mais de 500 votos, contra 19 das eleições diretas ! Dá para notar que a "democracia liberal" está desmoralizada, ao menos entre os universitários da UFSJ.
sábado, 7 de maio de 2011
A Ecopolítica e o Pensamento Complexo !
"Através da dialética a Consciência tende ao infinito!" - Por Thiago Zoroastro, 07 de Maio de 2011. 17:56
O Físico austríaco Fritjof Capra com o livro "Construindo o Brasil de Baixo para Cima", de Marcello Guimarães.
Muito bem, o que é que está surgindo de novo? Com o ressurgimento do pensamento complexo desde os anos 60, a necessidade do mundo renovar seu modo de sociedade e toda a tralha que vocês já sabem, vêm junto alguns novos conceitos que surgiram recentemente. Como sistematizar todo esse processo é muito mais trabalhado que informar, então enquanto vou pesquisando e pensando, eu vou informando para vocês mesmos começarem a se relacionar com essas ideias, discutir sobre elas informalmente, e obterem posições acerca dessa transformação. Afinal, como eu sou limitado e não vou dar conta de tudo sozinho, vou disseminando essas sementes para vocês mesmos plantarem. Posições contrárias serão bem-vindas a essas teorias que surgem porque assim trabalharemos as concepções de ambos os lados, reforçando e dando vazão as ideias de ambos os lados elaborarem e se fundamentarem.
Como eu falo muito rápido desde que falo, também vou continuar preferindo fazer esses discursos aqui nessa lista, embora seja livre a discussão entre cada um de vocês e eu esteja apto a dialogar filosofia com quem eu procurar e ser procurado para conscientizar e me conscientizar também de posições contrárias a mim. Isso é Democracia, Carlos Bem. Como disse Fichte, o primeiro dos idealistas alemães, "No Eu Absoluto, ao eu divisível pôsto existe sempre um não-eu divisível o-pôsto", fundamentando a existência do ser e do não-ser como presentes no Ser Absoluto. (A propósito, leiam sobre a divergência filosófica entre Heráclito e Parmênides; fazendo uma síntese deles você compreende a Dinâmica da Natureza preservando sua Identidade Ontológica.) Fichte foi um kantiano que inaugurou o idealismo alemão, falando de uma espécie de saber do saber, dizendo que isto levaria a uma espécie de socialismo, uma vez que em sua época não havia o conceito de sociedade que surge apenas com os sociólogos, no século seguinte. Os autores que se preocuparam com as questões do "Bem Comum Coletivo" desde o Renascimento do séc. XV eram chamados de "utópicos", posteriormente de "socialistas utópicos". No Iluminismo, sob a tríade "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", surgiram cada vez mais pensadores que foram entendendo a necessidade de compilar o conhecimento acumulado em enciclopédias e trabalhando essas questões emergentes do renascimento. Tendo surgido Fichte e em seguida Schelling com sua filosofia-da-natureza e Hegel com o espírito absoluto, então surge a teoria da Dialética que é composta por Tese, Antitese e Síntese. Aqui, discutindo a unidade da consciência, esses pensadores estavam cogitando como haveria essa elevação de consciência, que é dada através do diálogo entre posições divergentes. Então surge a esquerda hegeliana, e Schelling contrapõe-se a essa esquerda, fazendo com que a esquerda hegeliano fortalecesse mais ainda. Eis que surge entre esses da esquerda hegeliana Karl Marx.
Diante desse diálogo acerca da Identidade da Consciência, você só conhecerá melhor a si mesmo dialogando com os outros, e inclusive ouvindo críticas dos outros. Bem que havia na Grécia Antiga um filósofo careca-cabeçudo que passava os dias na ágora (praça) discutindo filosofia e que ficou conhecido pela célebre frase "CONHECE-TE A TI MESMO" por causa de suas intermináveis discussões. Sócrates incomodou os carrancudos poderosos que trataram de fazer acusações que o levaram a tomar o veneno da cicuta na cadeia. Mais uma vez os poderosos, questionados, trataram de eliminar o inimigo. O final do livro Fédon, de Platão, é: "Tal foi o fim do nosso amigo, Equécrates, do homem, podemos afirmá-lo, que entre todos os que nos foi dado conhecer, era o melhor e também o mais sábio e mais justo." E assim foi o fim de Sócrates, por questionar tais autoridades e que fez Críton pagar um galo a Asclépio (um ritual de honra ao deus da saúde e curas grego, realizado por agradecimento a uma vida saudável. O GALO era o símbolo do raiar do sol, o astro regido por Apolo, o deus da Razão).
Agora, se você quiser perder tempo a discutir filosofia você terá retornos de Sabedoria, muito o contrário de discursos orgulhosos. Numa discussão, questionado ou não, você Conhecerá Melhor a Si Mesmo. As questões acerca de todas as coisas giram em torno de compreensões comuns, que aplicada à transformações sociais poderá ter implicações muito produtivas! Fazer reuniões semanais discutindo os problemas da universidade são mais eficientes porque dão espaço para que essas discussões entre participantes voluntários exerçam a troca de ideias e a construção de ações coletivas para o Bem Comum. E com esse movimento da contracultura, agitado pelo atitude "Faça-Você-Mesmo" em que incentiva às pessoas a fazerem elas mesmas o que às vezes deixam para outros fazerem no lugar delas. É o símbolo da Atitude, do despertar da consciência!
Tendo em vista então esses ECOS MENTAIS que tais discussões filosóficas proporcionam em nossas almas, ponho o primeiro trecho:
Esse Fritjof Capra lançou alguns bons livros que recomendo: Tao da Física, Ponto de Mutação e Teia da Vida
E ficar ligado no Alberto Guerreiro Ramos, que não conhecia até HOJE, quando pesquisei sobre o Capra e achei isso daí. Achei hoje isso daí e disse na semana passada nas Assembléias Estudantis que a Democracia Participativa faz parte desse novo modelo que surge a partir do Paradigma Emergente.
O Paradigma Emergente:
- O que o Paradigma Emergente tem a ver com a ecologia política? Apenas citações:
1) Entrevista da revista Caros Amigos com Fritjof Capra em 2004: Minha abordagem é pela educação. Nós precisamos disseminar o conhecimento básico de ecologia sobre o que é sustentabilidade e como desenvolver esta sustentabilidade. A história da evolução mostra que a nossa biosfera tem sustentado a vida por 2 bilhões de anos. Mas as nossas organizações “civilizadas” estão destruindo tudo. Precisamos mudar isto. Precisamos aprender com a natureza. Observá-la. Podemos identificar nela os princípios da ecologia: o dejeto de uma espécie pode ser o alimento de outra. É o ciclo ecológico. E a energia vem do sol. E querem deixar o Brasil de lado na evolução da consciência ecológica? O Brasil desempenha hoje um papel fundamental no mundo. Talvez, não reconhecido. Mas dos três grandes centros de poder - governos, empresas e sociedade civil - a sociedade civil reconhece este papel fundamental do Brasil.
2) CAPRA, FRitjof. A Teia da Vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos, de 1996, retoma a visão de interligação ecológica de todos os eventos que ocorrem na Terra e da qual fazemos parte, de forma fundamental. O livro foi traduzido para sete idiomas.
"O novo paradigma que emerge atualmente pode ser descrito de várias maneiras. Pode-se chamá-lo de uma visão de mundo holística, que enfatiza mais o todo que as suas partes. Mas negligenciar as partes em favor do todo também é uma visão reducionista e, por isso mesmo, limitada. Pode-se também chamá-lo de visão de mundo ecológica, e este é o termo que eu prefiro. Uso aqui a expressão ecologia num sentido muito mais amplo e profundo do que aquele em que é usualmente empregado. A consciência ecológica, nesse sentido profundo, reconhecer a interdependência fundamental de todos os fenômenos e o perfeito entrosamento dos indivíduos e das sociedades nos processos cíclicos da natureza. Essa percepção profundamente ecológica está agora emergindo em várias áreas de nossa sociedade, tanto dentro como fora da ciência."
3) Não é do Capra rsrs.
De acordo com James Barber, professor do Imperial College London, Reino Unido, a melhor solução para os problemas globais de produção de energia já foi desenvolvida, é muito eficiente e vem sendo utilizada há mais de 2 bilhões de anos. Ele estava falando da fotossíntese, processo natural das plantas.
“Imitar a natureza e desenvolver catalisadores capazes de mimetizar a fotossíntese – propiciando uma fonte de energia limpa e praticamente ilimitada – não é um sonho. É uma possibilidade real, contanto que seja feito um esforço internacional multidisciplinar que reúna os cientistas mais talentosos do planeta”, disse o pesquisador em entrevista à Agência Fapesp.
O Físico austríaco Fritjof Capra com o livro "Construindo o Brasil de Baixo para Cima", de Marcello Guimarães.
Muito bem, o que é que está surgindo de novo? Com o ressurgimento do pensamento complexo desde os anos 60, a necessidade do mundo renovar seu modo de sociedade e toda a tralha que vocês já sabem, vêm junto alguns novos conceitos que surgiram recentemente. Como sistematizar todo esse processo é muito mais trabalhado que informar, então enquanto vou pesquisando e pensando, eu vou informando para vocês mesmos começarem a se relacionar com essas ideias, discutir sobre elas informalmente, e obterem posições acerca dessa transformação. Afinal, como eu sou limitado e não vou dar conta de tudo sozinho, vou disseminando essas sementes para vocês mesmos plantarem. Posições contrárias serão bem-vindas a essas teorias que surgem porque assim trabalharemos as concepções de ambos os lados, reforçando e dando vazão as ideias de ambos os lados elaborarem e se fundamentarem.
Como eu falo muito rápido desde que falo, também vou continuar preferindo fazer esses discursos aqui nessa lista, embora seja livre a discussão entre cada um de vocês e eu esteja apto a dialogar filosofia com quem eu procurar e ser procurado para conscientizar e me conscientizar também de posições contrárias a mim. Isso é Democracia, Carlos Bem. Como disse Fichte, o primeiro dos idealistas alemães, "No Eu Absoluto, ao eu divisível pôsto existe sempre um não-eu divisível o-pôsto", fundamentando a existência do ser e do não-ser como presentes no Ser Absoluto. (A propósito, leiam sobre a divergência filosófica entre Heráclito e Parmênides; fazendo uma síntese deles você compreende a Dinâmica da Natureza preservando sua Identidade Ontológica.) Fichte foi um kantiano que inaugurou o idealismo alemão, falando de uma espécie de saber do saber, dizendo que isto levaria a uma espécie de socialismo, uma vez que em sua época não havia o conceito de sociedade que surge apenas com os sociólogos, no século seguinte. Os autores que se preocuparam com as questões do "Bem Comum Coletivo" desde o Renascimento do séc. XV eram chamados de "utópicos", posteriormente de "socialistas utópicos". No Iluminismo, sob a tríade "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", surgiram cada vez mais pensadores que foram entendendo a necessidade de compilar o conhecimento acumulado em enciclopédias e trabalhando essas questões emergentes do renascimento. Tendo surgido Fichte e em seguida Schelling com sua filosofia-da-natureza e Hegel com o espírito absoluto, então surge a teoria da Dialética que é composta por Tese, Antitese e Síntese. Aqui, discutindo a unidade da consciência, esses pensadores estavam cogitando como haveria essa elevação de consciência, que é dada através do diálogo entre posições divergentes. Então surge a esquerda hegeliana, e Schelling contrapõe-se a essa esquerda, fazendo com que a esquerda hegeliano fortalecesse mais ainda. Eis que surge entre esses da esquerda hegeliana Karl Marx.
Diante desse diálogo acerca da Identidade da Consciência, você só conhecerá melhor a si mesmo dialogando com os outros, e inclusive ouvindo críticas dos outros. Bem que havia na Grécia Antiga um filósofo careca-cabeçudo que passava os dias na ágora (praça) discutindo filosofia e que ficou conhecido pela célebre frase "CONHECE-TE A TI MESMO" por causa de suas intermináveis discussões. Sócrates incomodou os carrancudos poderosos que trataram de fazer acusações que o levaram a tomar o veneno da cicuta na cadeia. Mais uma vez os poderosos, questionados, trataram de eliminar o inimigo. O final do livro Fédon, de Platão, é: "Tal foi o fim do nosso amigo, Equécrates, do homem, podemos afirmá-lo, que entre todos os que nos foi dado conhecer, era o melhor e também o mais sábio e mais justo." E assim foi o fim de Sócrates, por questionar tais autoridades e que fez Críton pagar um galo a Asclépio (um ritual de honra ao deus da saúde e curas grego, realizado por agradecimento a uma vida saudável. O GALO era o símbolo do raiar do sol, o astro regido por Apolo, o deus da Razão).
Agora, se você quiser perder tempo a discutir filosofia você terá retornos de Sabedoria, muito o contrário de discursos orgulhosos. Numa discussão, questionado ou não, você Conhecerá Melhor a Si Mesmo. As questões acerca de todas as coisas giram em torno de compreensões comuns, que aplicada à transformações sociais poderá ter implicações muito produtivas! Fazer reuniões semanais discutindo os problemas da universidade são mais eficientes porque dão espaço para que essas discussões entre participantes voluntários exerçam a troca de ideias e a construção de ações coletivas para o Bem Comum. E com esse movimento da contracultura, agitado pelo atitude "Faça-Você-Mesmo" em que incentiva às pessoas a fazerem elas mesmas o que às vezes deixam para outros fazerem no lugar delas. É o símbolo da Atitude, do despertar da consciência!
Tendo em vista então esses ECOS MENTAIS que tais discussões filosóficas proporcionam em nossas almas, ponho o primeiro trecho:
Este ensaio tem por objetivo contribuir com a ecologia política por meio da síntese comparativa de duas obras de pensadores ambientalistas publicadas no início da década de 1980. A Nova Ciência das Organizações, de Alberto Guerreiro Ramos, e O Ponto de Mutação, de Fritjof Capra, estão entre os clássicos do pensamento ecopolítico. A hipótese central deste trabalho é que os autores, apesar de suas diferentes áreas acadêmicas de base, chegaram a resultados muito semelhantes a partir de um mesmo paradigma emergente, contribuindo de forma decisiva com a formação do campo de pesquisa trans-disciplinar que é a ecologia política. Capra, físico, epistemólogo (com incursões nas ciências sociais, na ecologia, na psicologia e na administração), e Ramos, um dos pioneiros da sociologia brasileira (com formação também filosófica, incursões na psicologia, na administração, na ecologia e com experiência político-parlamentar), podem ser considerados dois constituintes da ecologia política - sem que esta expressão seja utilizada por eles diretamente. Nem Capra menciona Ramos, nem este cita Capra. Este último é austríaco e vive nos Estados Unidos, tendo sua obra atingido repercussão mundial. Ramos, brasileiro, faleceu em 1982, após ter lecionado nos Estados Unidos (Universidade da Califórnia do Sul, Yale University e Wesleyan University) e publicado dez livros e numerosos artigos (em inglês, francês, espanhol e japonês). Sua principal obra, aqui examinada, também foi publicada pela Universidade de Toronto, em inglês, em 1981. Ramos também lecionou na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Esse Fritjof Capra lançou alguns bons livros que recomendo: Tao da Física, Ponto de Mutação e Teia da Vida
E ficar ligado no Alberto Guerreiro Ramos, que não conhecia até HOJE, quando pesquisei sobre o Capra e achei isso daí. Achei hoje isso daí e disse na semana passada nas Assembléias Estudantis que a Democracia Participativa faz parte desse novo modelo que surge a partir do Paradigma Emergente.
O Paradigma Emergente:
- a humanidade suja seu chão mas não fará diferença alguma para o universo;
- a destruição é de nós mesmos, e não da Natureza;
- O que o Paradigma Emergente tem a ver com a ecologia política? Apenas citações:
1) Entrevista da revista Caros Amigos com Fritjof Capra em 2004: Minha abordagem é pela educação. Nós precisamos disseminar o conhecimento básico de ecologia sobre o que é sustentabilidade e como desenvolver esta sustentabilidade. A história da evolução mostra que a nossa biosfera tem sustentado a vida por 2 bilhões de anos. Mas as nossas organizações “civilizadas” estão destruindo tudo. Precisamos mudar isto. Precisamos aprender com a natureza. Observá-la. Podemos identificar nela os princípios da ecologia: o dejeto de uma espécie pode ser o alimento de outra. É o ciclo ecológico. E a energia vem do sol. E querem deixar o Brasil de lado na evolução da consciência ecológica? O Brasil desempenha hoje um papel fundamental no mundo. Talvez, não reconhecido. Mas dos três grandes centros de poder - governos, empresas e sociedade civil - a sociedade civil reconhece este papel fundamental do Brasil.
2) CAPRA, FRitjof. A Teia da Vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos, de 1996, retoma a visão de interligação ecológica de todos os eventos que ocorrem na Terra e da qual fazemos parte, de forma fundamental. O livro foi traduzido para sete idiomas.
"O novo paradigma que emerge atualmente pode ser descrito de várias maneiras. Pode-se chamá-lo de uma visão de mundo holística, que enfatiza mais o todo que as suas partes. Mas negligenciar as partes em favor do todo também é uma visão reducionista e, por isso mesmo, limitada. Pode-se também chamá-lo de visão de mundo ecológica, e este é o termo que eu prefiro. Uso aqui a expressão ecologia num sentido muito mais amplo e profundo do que aquele em que é usualmente empregado. A consciência ecológica, nesse sentido profundo, reconhecer a interdependência fundamental de todos os fenômenos e o perfeito entrosamento dos indivíduos e das sociedades nos processos cíclicos da natureza. Essa percepção profundamente ecológica está agora emergindo em várias áreas de nossa sociedade, tanto dentro como fora da ciência."
3) Não é do Capra rsrs.
De acordo com James Barber, professor do Imperial College London, Reino Unido, a melhor solução para os problemas globais de produção de energia já foi desenvolvida, é muito eficiente e vem sendo utilizada há mais de 2 bilhões de anos. Ele estava falando da fotossíntese, processo natural das plantas.
“Imitar a natureza e desenvolver catalisadores capazes de mimetizar a fotossíntese – propiciando uma fonte de energia limpa e praticamente ilimitada – não é um sonho. É uma possibilidade real, contanto que seja feito um esforço internacional multidisciplinar que reúna os cientistas mais talentosos do planeta”, disse o pesquisador em entrevista à Agência Fapesp.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
O COLONIALISMO INTELECTUAL NAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS
André Luan Nunes Macedo
São João del-Rei, 04 de maio de 2011
Atualmente, os Estados Unidos da América transformou sua guerra imperialista no mundo árabe, que objetivamente busca única e exclusivamente recursos fundamentais para a existência de suas nações, como o petróleo, por exemplo, numa “luta pela democracia”, contra “as ditaduras” e o “fundamentalismo religioso islâmico” por meio do seu poder de guerra. Vemos o imperialismo ianque agredir as nações latino-americanas, em especial a pátria cubana socialista, sob o pretexto de “devolver a democracia” e tornar Cuba “um território livre da ditadura comunista”, mesmo que seja necessário investir em todo e qualquer tipo de terrorismo biológico ou bélico; mesmo que seja necessário praticar espionagem para sabotar a produção econômica daquele país; mesmo que seja necessário bloquear este país por meio de um injusto embargo econômico, que dura sessenta anos contra Cuba; mesmo que seja necessário deixá-la ilhada do resto do mundo, passando por duras dificuldades estruturais por não concordarem com a experiência social que os cubanos se autodeterminaram, ligados à planificação radical da economia e da valorização do trabalho, na perspectiva do socialismo.
Todas as práticas políticas aqui indicadas são “justas” na ótica da política imperialista para tornar os países latino-americanos como suas bases de exploração e de captação de recursos, mantendo a desigual Divisão Internacional do Trabalho como via de regra para esses países. Sendo que nenhum deles é uma potência tecnológica e científica, principal fator de valor no mercado. Ao contrário disso, a América Latina hoje é um grande celeiro da produção de matérias primas para o mercado mundial, mesmo tendo desenvolvido indústrias e concentrado a classe trabalhadora nas grandes cidades.
Concordamos com Ruy Mauro Marini nesta análise: a América Latina produziu, no seio das lutas e das suas nações, um capitalismo dependente. É impossível, no modo de produção dominante, romper com estas arestas. É necessário construir bases políticas que rompam com esta produção e construam uma independência ao imperialismo.
Bolívia, Venezuela, Equador e Cuba se mostram no cenário atual como nações dispostas a romperem com as amarras representativas impostas pelo imperialismo em nossa América. As quatro nações buscam negar o “Xerox” político tão panfletado da democracia representativa liberal-burguesa, tão padronizada, homogênea e isonômica, que não respeitam o direito à autodeterminação. “Democracia” nestes países não significa mais a simples e demagógica “liberdade de escolha” dos seus representantes. O voto não é mais a única e exclusiva forma de participação política. A democracia para a libertação latino-americana possui outro sentido histórico para a participação do povo nas decisões políticas. Significa controlar os representantes políticos por meio de referendos revogatórios; significa dar poder às reuniões de bairro e tratá-las como instâncias decisórias do Estado; significa ter a possibilidade real de revogar o mandato dos deputados e outros representantes que foram eleitos em suas circunscrições, como é o caso, por exemplo, do parlamento cubano. Trata-se de reduzir a distinção entre governantes e governados, construindo uma sociedade mais regulada pelo bem comum e pela soberania popular.
“Colonialismo”, “dependência” e “imperialismo”. Três conceitos indissociáveis que conseguem dimensionar a estrutura social que devemos encarar para lutar pela emancipação política da Pátria Brasileira. Precisamos encontrar instâncias de representação que vão além da colonização imposta pelo imperialismo. Nossa pátria precisa liberar seu povo para a condução de seu próprio destino, algo que não acontece hoje devido a falta de espaço para a produção de intelectuais que defendam o controle social dos representantes no Brasil.
Nessa perspectiva, a Universidade assume papel central para a luta política contra a difusão da idéia dominante de representação. Seus intelectuais hoje, ao contrário do que deveriam fazer para consolidar o desenvolvimento nacional e latino-americano, trabalham para a sustentação da Instituição sob a lógica de um desenvolvimento não autônomo. Ou seja, que segue, direta ou indiretamente, os movimentos do capitalismo dependente, repercutindo nas esferas culturais e, principalmente, políticas, da universidade pública.
Para que o título de nosso ensaio tenha sentido é necessário explicar o que entendemos por uma visão intelectual colonizada e suas repercussões nas Universidades públicas brasileiras. A Universidade Federal de São João del-Rei será utilizada neste ensaio como um dos lócus de reprodução de práticas que nos levam a operar com determinado conceito, por se tratar de um espaço que formula o desenvolvimento regional nos mais variados espectros sociais (culturais, políticos, econômicos e na integração entre estas três dimensões do social) , repercutindo, conseqüentemente, nos rumos da nação brasileira para determinada defesa de um projeto político pré-estabelecido.
A dimensão política do colonialismo intelectual reproduzida pelo centro de poder administrativo (leia-se: reitoria e seus Conselhos Superiores, mais especificamente o Conselho Universitário) travou uma grande resistência política do movimento estudantil da UFSJ a essa visão, principalmente no que diz respeito à concepção dominante de democracia. Buscando a práxis como elemento central para a análise do social, é necessário refletir sobre algumas ações políticas tomadas nos espaços dos Conselhos Superiores, visando a explicação do colonialismo intelectual defendido pela elite política da UFSJ tanto nas suas normas (Regimento Interno e Estatuto), quanto na prática política da representação, remontando o caso da votação ocorrida para instituir uma norma para a eleição dos representantes discentes no Conselho Universitário (CONSU).
Muitos dos conselheiros docentes (e não todos) eleitos nos seus departamentos assumiram a defesa desta representação colonizada. Não se consideram no direito de fazer discussões obrigatórias entre seus representados. Não acreditam na necessidade de retornar suas deliberações no órgão máximo, deliberativo e normativo da universidade nos espaços coletivos que o elegeram. Consideram que o movimento de retornar as discussões ocorridas nos conselhos superiores para seus órgãos representativos é uma relação “voluntária”, também defendida pela atual reitoria. No caso dos técnicos-adminsitrativos a distinção ainda é mais grave, pois este representante não se relaciona a nenhuma base representativa concreta, pois fica a seu critério convocar assembléias gerais para deliberar em torno de determinado tema.
Em reunião recente do Conselho Universitário, o reitor remontou o cenário de alteração do Regimento Interno ocorrido em 2005, quando questionado pelos estudantes sobre as reformas deliberadas no Estatuto da UFSJ atualmente. Alguns departamentos na época realizaram suas discussões a partir dos seus representantes internamente em suas assembléias, e outros optaram por não gerar aquilo que foi chamado de “voluntarismo” naquele momento, ou seja, o tão importante fluxo de informação e indistinção entre representantes e representados.
A mesma ação política foi tomada por esses conselheiros ao aprovar a posição colonizada das eleições diretas para a representação discente, atropelando o espaço deliberativo dos Centros Acadêmicos a partir do Conselho de Entidades de Base do DCE UFSJ. Por mais que se chamassem espaços de discussão coletiva, como as Assembléias Gerais dos estudantes q ue tinham o intuito de definir o posicionamento dos discentes em relação a sua representação no CONSU, a maioria dos conselheiros desrespeitou a democracia participativa defendida pela maioria dos estudantes que participaram das discussões. O argumento de isonomia entre os segmentos (docentes, técnicos-administrativos e discentes) foi defendido com o objetivo de estabelecer uma padronização da forma de organização da universidade. “Isonomia” significa, portanto, legitimar a representação liberal-burguesa de democracia. Qualquer outra forma de concepção de organização é desrespeitada e imposta à revelia do desejo da maioria que se propuseram participar da discussão sobre o Conselho Universitário, rompendo com a autonomia de deliberação dos departamentos e, consequentemente, com a democracia universitária.
Hoje vivemos em nossos Conselhos superiores práticas que transpõem mecanicamente a forma e o método constituído para a eleição daqueles que mais tem traído e entregado nosso país nas mãos de agentes dispostos a sugarem tudo aquilo que for necessário para se enriquecerem. Como fazem isso? Basta financiar uma elite política disposta a compartilhar com suas negociações e com seu lucro nas “eleições democráticas” que garantam os seus interesses privados. Questionamos: queremos essa pedagogia política em nossos espaços deliberativos? Qual seria o nível de independência da Universidade brasileira em relação aqueles que “trazem recursos” à nossa universidade? Pelo simples fato de se oferecer determinado capital para nossa universidade por parlamentares devemos nos atrelar ao seu projeto de carreira? Como romper com tais arestas?
Para que a Universidade brasileira siga os rumos de fato do progresso nacional e de seu povo é necessário romper com as arestas conservadoras ainda existentes no fazer-se da estrutura colocada para a ação política. É necessário repensar sua vida orgânica a partir de uma visão holística, entendendo a política como elemento organizador do tripé Ensino/Pesquisa/Extensão. A Universidade precisa ter forças internas para ser o seu próprio motor de desenvolvimento. Ela precisa ser autônoma e defender a sua regulação por aqueles que fazem parte dela. Só assim teremos uma universidade democrática, rompendo com os valores coloniais demagógicos que aparecem como grandes verdades em nossas cabeças. Precisa-se de crítica e reflexão para que se seja autônoma e democrática.
São João del-Rei, 04 de maio de 2011
Atualmente, os Estados Unidos da América transformou sua guerra imperialista no mundo árabe, que objetivamente busca única e exclusivamente recursos fundamentais para a existência de suas nações, como o petróleo, por exemplo, numa “luta pela democracia”, contra “as ditaduras” e o “fundamentalismo religioso islâmico” por meio do seu poder de guerra. Vemos o imperialismo ianque agredir as nações latino-americanas, em especial a pátria cubana socialista, sob o pretexto de “devolver a democracia” e tornar Cuba “um território livre da ditadura comunista”, mesmo que seja necessário investir em todo e qualquer tipo de terrorismo biológico ou bélico; mesmo que seja necessário praticar espionagem para sabotar a produção econômica daquele país; mesmo que seja necessário bloquear este país por meio de um injusto embargo econômico, que dura sessenta anos contra Cuba; mesmo que seja necessário deixá-la ilhada do resto do mundo, passando por duras dificuldades estruturais por não concordarem com a experiência social que os cubanos se autodeterminaram, ligados à planificação radical da economia e da valorização do trabalho, na perspectiva do socialismo.
Todas as práticas políticas aqui indicadas são “justas” na ótica da política imperialista para tornar os países latino-americanos como suas bases de exploração e de captação de recursos, mantendo a desigual Divisão Internacional do Trabalho como via de regra para esses países. Sendo que nenhum deles é uma potência tecnológica e científica, principal fator de valor no mercado. Ao contrário disso, a América Latina hoje é um grande celeiro da produção de matérias primas para o mercado mundial, mesmo tendo desenvolvido indústrias e concentrado a classe trabalhadora nas grandes cidades.
Concordamos com Ruy Mauro Marini nesta análise: a América Latina produziu, no seio das lutas e das suas nações, um capitalismo dependente. É impossível, no modo de produção dominante, romper com estas arestas. É necessário construir bases políticas que rompam com esta produção e construam uma independência ao imperialismo.
Bolívia, Venezuela, Equador e Cuba se mostram no cenário atual como nações dispostas a romperem com as amarras representativas impostas pelo imperialismo em nossa América. As quatro nações buscam negar o “Xerox” político tão panfletado da democracia representativa liberal-burguesa, tão padronizada, homogênea e isonômica, que não respeitam o direito à autodeterminação. “Democracia” nestes países não significa mais a simples e demagógica “liberdade de escolha” dos seus representantes. O voto não é mais a única e exclusiva forma de participação política. A democracia para a libertação latino-americana possui outro sentido histórico para a participação do povo nas decisões políticas. Significa controlar os representantes políticos por meio de referendos revogatórios; significa dar poder às reuniões de bairro e tratá-las como instâncias decisórias do Estado; significa ter a possibilidade real de revogar o mandato dos deputados e outros representantes que foram eleitos em suas circunscrições, como é o caso, por exemplo, do parlamento cubano. Trata-se de reduzir a distinção entre governantes e governados, construindo uma sociedade mais regulada pelo bem comum e pela soberania popular.
“Colonialismo”, “dependência” e “imperialismo”. Três conceitos indissociáveis que conseguem dimensionar a estrutura social que devemos encarar para lutar pela emancipação política da Pátria Brasileira. Precisamos encontrar instâncias de representação que vão além da colonização imposta pelo imperialismo. Nossa pátria precisa liberar seu povo para a condução de seu próprio destino, algo que não acontece hoje devido a falta de espaço para a produção de intelectuais que defendam o controle social dos representantes no Brasil.
Nessa perspectiva, a Universidade assume papel central para a luta política contra a difusão da idéia dominante de representação. Seus intelectuais hoje, ao contrário do que deveriam fazer para consolidar o desenvolvimento nacional e latino-americano, trabalham para a sustentação da Instituição sob a lógica de um desenvolvimento não autônomo. Ou seja, que segue, direta ou indiretamente, os movimentos do capitalismo dependente, repercutindo nas esferas culturais e, principalmente, políticas, da universidade pública.
Para que o título de nosso ensaio tenha sentido é necessário explicar o que entendemos por uma visão intelectual colonizada e suas repercussões nas Universidades públicas brasileiras. A Universidade Federal de São João del-Rei será utilizada neste ensaio como um dos lócus de reprodução de práticas que nos levam a operar com determinado conceito, por se tratar de um espaço que formula o desenvolvimento regional nos mais variados espectros sociais (culturais, políticos, econômicos e na integração entre estas três dimensões do social) , repercutindo, conseqüentemente, nos rumos da nação brasileira para determinada defesa de um projeto político pré-estabelecido.
A dimensão política do colonialismo intelectual reproduzida pelo centro de poder administrativo (leia-se: reitoria e seus Conselhos Superiores, mais especificamente o Conselho Universitário) travou uma grande resistência política do movimento estudantil da UFSJ a essa visão, principalmente no que diz respeito à concepção dominante de democracia. Buscando a práxis como elemento central para a análise do social, é necessário refletir sobre algumas ações políticas tomadas nos espaços dos Conselhos Superiores, visando a explicação do colonialismo intelectual defendido pela elite política da UFSJ tanto nas suas normas (Regimento Interno e Estatuto), quanto na prática política da representação, remontando o caso da votação ocorrida para instituir uma norma para a eleição dos representantes discentes no Conselho Universitário (CONSU).
Muitos dos conselheiros docentes (e não todos) eleitos nos seus departamentos assumiram a defesa desta representação colonizada. Não se consideram no direito de fazer discussões obrigatórias entre seus representados. Não acreditam na necessidade de retornar suas deliberações no órgão máximo, deliberativo e normativo da universidade nos espaços coletivos que o elegeram. Consideram que o movimento de retornar as discussões ocorridas nos conselhos superiores para seus órgãos representativos é uma relação “voluntária”, também defendida pela atual reitoria. No caso dos técnicos-adminsitrativos a distinção ainda é mais grave, pois este representante não se relaciona a nenhuma base representativa concreta, pois fica a seu critério convocar assembléias gerais para deliberar em torno de determinado tema.
Em reunião recente do Conselho Universitário, o reitor remontou o cenário de alteração do Regimento Interno ocorrido em 2005, quando questionado pelos estudantes sobre as reformas deliberadas no Estatuto da UFSJ atualmente. Alguns departamentos na época realizaram suas discussões a partir dos seus representantes internamente em suas assembléias, e outros optaram por não gerar aquilo que foi chamado de “voluntarismo” naquele momento, ou seja, o tão importante fluxo de informação e indistinção entre representantes e representados.
A mesma ação política foi tomada por esses conselheiros ao aprovar a posição colonizada das eleições diretas para a representação discente, atropelando o espaço deliberativo dos Centros Acadêmicos a partir do Conselho de Entidades de Base do DCE UFSJ. Por mais que se chamassem espaços de discussão coletiva, como as Assembléias Gerais dos estudantes q ue tinham o intuito de definir o posicionamento dos discentes em relação a sua representação no CONSU, a maioria dos conselheiros desrespeitou a democracia participativa defendida pela maioria dos estudantes que participaram das discussões. O argumento de isonomia entre os segmentos (docentes, técnicos-administrativos e discentes) foi defendido com o objetivo de estabelecer uma padronização da forma de organização da universidade. “Isonomia” significa, portanto, legitimar a representação liberal-burguesa de democracia. Qualquer outra forma de concepção de organização é desrespeitada e imposta à revelia do desejo da maioria que se propuseram participar da discussão sobre o Conselho Universitário, rompendo com a autonomia de deliberação dos departamentos e, consequentemente, com a democracia universitária.
Hoje vivemos em nossos Conselhos superiores práticas que transpõem mecanicamente a forma e o método constituído para a eleição daqueles que mais tem traído e entregado nosso país nas mãos de agentes dispostos a sugarem tudo aquilo que for necessário para se enriquecerem. Como fazem isso? Basta financiar uma elite política disposta a compartilhar com suas negociações e com seu lucro nas “eleições democráticas” que garantam os seus interesses privados. Questionamos: queremos essa pedagogia política em nossos espaços deliberativos? Qual seria o nível de independência da Universidade brasileira em relação aqueles que “trazem recursos” à nossa universidade? Pelo simples fato de se oferecer determinado capital para nossa universidade por parlamentares devemos nos atrelar ao seu projeto de carreira? Como romper com tais arestas?
Para que a Universidade brasileira siga os rumos de fato do progresso nacional e de seu povo é necessário romper com as arestas conservadoras ainda existentes no fazer-se da estrutura colocada para a ação política. É necessário repensar sua vida orgânica a partir de uma visão holística, entendendo a política como elemento organizador do tripé Ensino/Pesquisa/Extensão. A Universidade precisa ter forças internas para ser o seu próprio motor de desenvolvimento. Ela precisa ser autônoma e defender a sua regulação por aqueles que fazem parte dela. Só assim teremos uma universidade democrática, rompendo com os valores coloniais demagógicos que aparecem como grandes verdades em nossas cabeças. Precisa-se de crítica e reflexão para que se seja autônoma e democrática.
Assembléia do CTan teve 4 votos das Diretas Já contra 112 do Poder às Entidades de Base
Na Assembléia de 3 de Maio no Campus Tancredo Neves o Movimento Diretas Já teve os votos de 4 estudantes, apesar de seus panfletos, faixas espalhadas pela cidade, de jogar com o senso comum, do apoio de um deputado, um reitor e do partido que governa o país. Com isso, eles acabam de somar 16 votos, contra os mais de 300 que foram às Assembléias situadas na Sede para defender o poder das entidades de base indicarem os representantes estudantis no Conselho Superior.
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Eleições diretas tiveram 7 votos do Campus Dom Bosco contra 151 do poder das entidades de base
Na Assembléia de 2 de Maio no Campus Dom Bosco o Movimento Diretas Já teve os votos de 7 estudantes, apesar de seus panfletos, faixas espalhadas pela cidade, de jogar com o senso comum, do apoio de um deputado, um reitor e do partido que governo o país. Com isso, eles acabam de somar 9 votos, contra os mais de 200 que foram às Assembléias de somente esses dois campus para defender o poder das entidades de base indicarem os representantes estudantis no Conselho Superior.
domingo, 1 de maio de 2011
ALELUIA, UM JORNAL NA UFSJ!
André Luan Nunes Macedo- Representante discente no Conselho Universitário, eleito orgulhosamente pelo poder dos Centros Acadêmicos
Os estudantes e professores do curso de Comunicação Social da UFSJ, ligados ao projeto de jornal Laboratório intitulado “Ora-Pro-Nobis” entregaram à comunidade acadêmica um trabalho que merece o respeito de todos aqueles interessados por uma nova pedagogia da informação em nossa Universidade e na cidade de São João del-Rei. O trabalho feito por este projeto tratou de noticiar sobre questões externas e internas à Universidade. Encontramos matérias que relatam a cultura popular da cidade, até os problemas políticos e econômicos dos estudantes universitários, elementos que concretizam o caráter extensionista e acadêmico do jornal.
Sobre a vontade política destes futuros jornalistas em relatar a dura realidade dos estudantes da UFSJ na cidade foi um dos motivos que nos levaram a escrever este humilde elogio. Por sermos o representante discente no Conselho Universitário, sentíamos a necessidade de encontrar jornalistas dispostos a mostrarem “o lado da moeda” que o jornal produzido pela Assessoria de Comunicação (ASCOM), pretensiosamente chamado de “Jornal da Universidade” (leia-se: panfleto da reitoria), não se preocupa em fazer. Publicizar para toda a cidade a precariedade da Assistência Estudantil da UFSJ, que conseqüentemente afeta os estudantes na falta de moradias, nos aluguéis caros cobrados pelo empresariado imobiliário, etc., demonstram a coragem deste projeto, num momento político de autoritarismo e de censura por parte da Reitoria, que já alertamos em outros textos e mobilizações anteriores.
Esse desejo em relatar a realidade demonstra o compromisso social destes comunicadores na Universidade, além de contribuir na construção de um projeto que contemple o tripé Ensino, Pesquisa e Extensão. Ensinar a comunicar e ensinar a tratar a realidade social se identificam diretamente com o fazer de uma investigação sobre os elementos da mesma realidade, além de estender seus assuntos para a sociedade na qual a Universidade faz parte. Esse projeto busca a autonomia e a democratização do acesso à informação, e por isso tem nosso total apoio.
Aleluia, um Jornal na UFSJ!
Os estudantes e professores do curso de Comunicação Social da UFSJ, ligados ao projeto de jornal Laboratório intitulado “Ora-Pro-Nobis” entregaram à comunidade acadêmica um trabalho que merece o respeito de todos aqueles interessados por uma nova pedagogia da informação em nossa Universidade e na cidade de São João del-Rei. O trabalho feito por este projeto tratou de noticiar sobre questões externas e internas à Universidade. Encontramos matérias que relatam a cultura popular da cidade, até os problemas políticos e econômicos dos estudantes universitários, elementos que concretizam o caráter extensionista e acadêmico do jornal.
Sobre a vontade política destes futuros jornalistas em relatar a dura realidade dos estudantes da UFSJ na cidade foi um dos motivos que nos levaram a escrever este humilde elogio. Por sermos o representante discente no Conselho Universitário, sentíamos a necessidade de encontrar jornalistas dispostos a mostrarem “o lado da moeda” que o jornal produzido pela Assessoria de Comunicação (ASCOM), pretensiosamente chamado de “Jornal da Universidade” (leia-se: panfleto da reitoria), não se preocupa em fazer. Publicizar para toda a cidade a precariedade da Assistência Estudantil da UFSJ, que conseqüentemente afeta os estudantes na falta de moradias, nos aluguéis caros cobrados pelo empresariado imobiliário, etc., demonstram a coragem deste projeto, num momento político de autoritarismo e de censura por parte da Reitoria, que já alertamos em outros textos e mobilizações anteriores.
Esse desejo em relatar a realidade demonstra o compromisso social destes comunicadores na Universidade, além de contribuir na construção de um projeto que contemple o tripé Ensino, Pesquisa e Extensão. Ensinar a comunicar e ensinar a tratar a realidade social se identificam diretamente com o fazer de uma investigação sobre os elementos da mesma realidade, além de estender seus assuntos para a sociedade na qual a Universidade faz parte. Esse projeto busca a autonomia e a democratização do acesso à informação, e por isso tem nosso total apoio.
Aleluia, um Jornal na UFSJ!
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